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IGCP volta aos mercados de longo prazo na quarta-feira com emissão de dívida a 9 e 12 anos

O IGCP vai emitir na próxima quarta-feira duas linhas de Obrigações do Tesouro, esperando angariar até 1000 milhões de euros

Getty Images/primeimages

O Estado português realiza, na próxima quarta-feira, dois leilões de dívida de longo prazo, com maturidade a 9 e 12 anos, com vista a angariar entre 750 e 1000 milhões de euros, anunciou esta sexta-feira, 8 de setembro, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP).

As duas linhas de Obrigações do Tesouro, cujo leilão se realizará às 10h30 de quarta-feira, têm maturidade a 16 de julho de 2032 e a 12 de outubro de 2035.

Este será o quarto leilão de dívida de longo-prazo realizado pelo IGCP este ano, num contexto marcado pela subida do custo de financiamento de Portugal nos mercados financeiros devido ao aumento rápido das taxas de juro na zona euro.

Na emissão de Obrigações do Tesouro mais recente, realizada a 12 de julho, o IGCP vendeu dívida de longo prazo com maturidade a 6 e 12 anos. Nesta última linha, conseguiu financiar-se com um custo mais baixo face à anterior emissão comparável: o Estado português vai pagar um cupão de 3,587% aos investidores, depois de em março, na mesma maturidade, se ter comprometido com um juro de 3,744%.

Esta diminuição deve-se à expetativa dos mercados de que o Banco Central Europeu (BCE) fará uma pausa no ciclo de contração da política monetária a partir de setembro, dado o abrandamento da taxa de inflação dos últimos meses, e à contração económica que grandes economias da zona euro já apresentam.

Portugal tem, de resto, conseguido distanciar-se da chamada periferia da zona euro no que toca aos seus custos de financiamento, estando a encurtar a distância face aos juros da dívida alemã.

O que significa que os investidores, no mercado secundário, exigem um prémio de risco menor para comprar dívida portuguesa graças a uma melhor perceção internacional da capacidade do Estado cumprir as suas obrigações de crédito.