Bolsa e Mercados

Bloqueio político em Espanha provoca queda de mais de 1% na bolsa de Madrid

A bolsa de Madrid abriu a cair mais de 1% esta segunda-feira depois de o Partido Popular não ter conseguido alcançar uma maioria absoluta nas eleições legislativas antecipadas deste domingo. O grupo dos bancos cotados cai mais de 2%. Europa abriu no vermelho, mas Lisboa está no verde

JON NAZCA/Reuters

O Ibex 35, o principal índice da bolsa de Madrid, abriu esta segunda-feira no vermelho, tal como a maioria das praças europeias, mas destacou-se por uma queda inicial de quase 1,7% que se reduziu, entretanto, depois de uma hora de negociação, para 1,2%. Das 35 cotadas neste índice, 28 estão em queda. Na zona euro, Lisboa e Bruxelas saíram do vermelho inicial e estão a registar ganhos ligeiros. O índice PSI em Lisboa sobe 0,3%.

A incapacidade do Partido Popular de conquistar uma maioria absoluta, apesar de ter sido o mais votado nas eleições legislativas antecipadas deste domingo, e as dificuldades do PSOE, o segundo partido mais votado (e líder do atual governo de coligação), em repetir uma fórmula de governação lançaram a incerteza sobre os investidores na praça de Madrid. Este bloqueio político vai alimentar a instabilidade bolsista no país vizinho.

Em Madrid, o grupo dos bancos cotados lidera as quedas, com perdas acima de 2%. O banco Sabadell - o quarto maior do país - lidera com uma quebra de quase 4%. Os três maiores bancos espanhóis estão no vermelho: o Santander e o Caixabank perdem 2% e o BBVA 1,6%. Fora do sector bancário, destacam-se nas perdas a Endesa (energia) e a Indra (consultoria) com quedas acima de 3%.

As bolsas europeias abriram no vermelho, na maioria das praças, em virtude da incerteza sobre os sinais futuros que vão dar as reuniões da Reserva Federal norte-americana no dia 26 e do Banco Central Europeu no dia 27. Os investidores antecipam que os banqueiros do dólar e do euro vão aumentar os juros (em 25 pontos-base) esta semana, mas não arriscam qual a trajetória depois do verão.

A apreensão dos investidores é tanto maior na zona euro quanto os dados publicados esta segunda-feira para os índices PMI (relativos às decisões de compras pelos gestores) indiciam que a região não vai levantar a cabeça no segundo semestre. O índice para o sector de serviços - que tem estado mais aquecido economicamente - caiu de 52 pontos em junho para 51,1 em julho, já perto da linha vermelha (abaixo de 50 pontos) que separa crescimento de recessão e o índice para a indústria afundou-se ainda mais em terreno de contração: caiu de 43,4% para 42,7%.

No mercado secundário da dívida publica, os juros (yields) estão em queda na zona euro, incluindo em Espanha. No prazo de referência a 10 anos, os juros para as obrigações espanholas desceram de 3,47% no fecho de sexta-feira para 3,43% esta segunda-feira. No caso dos títulos do Tesouro português caíram de 3,15% para 3,11% no mesmo período.