Bolsa e Mercados

Agitação nos mercados: bolsas europeias com maior queda desde crise de março, juros com forte subida

As bolsas europeias registaram esta quinta-feira a pior sessão desde a curta crise financeira mundial de março. O índice Eurostoxx 50 perdeu quase 3%. A maior queda registou-se em Paris, mas Lisboa não escapou. Juros da dívida portuguesa têm a segunda maior subida do ano

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Sinais de crise nos mercados financeiros. Na Europa, esta quinta-feira foi a pior sessão bolsista desde a curta crise financeira de março. No mercado da dívida pública, os juros registaram subidas significativas. No caso das Obrigações portuguesas a 10 anos foi a segunda maior subida do ano depois do aumento a 20 de janeiro

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No mercado accionista, O índice Eurostoxx 50 (das cinquenta principais cotadas na zona euro) caiu 2,9%, a terceira maior queda do ano, depois das perdas acima de 3% registadas a 13 e 15 de março aquando da curta crise de alguns bancos regionais norte-americanos e do colapso do Crédit Suisse na Europa.

Os juros para os títulos portugueses aumentaram esta quinta-feira 16 pontos-base, fechando em 3,36%, a segunda maior subida do ano. Para os títulos alemães foi a quinta pior sessão do ano: aumentaram 14 pontos-base, encerrando a sessão em 2,62%.

Paris com maior queda na Europa

O índice francês CAC 40 destacou-se com uma quebra de 3,1%, acima das perdas registadas em Frankfurt (-2,6%), Milão (-2,5%), Londres (-2,2) e Madrid (-2,1%). A queda global no índice MSCI relativo aos 10 mercados financeiros do euro (onde se inclui Portugal) foi de 2,8%. Este índice já regista uma quebra de 4% desde início de julho.

A bolsa de Lisboa ficou entre as praças com quebras menos elevadas. O PSI perdeu 1,4 e PSI geral caiu 1,7%. As bolsas de Atenas, Copenhaga, Varsóvia e Zagrebe registaram quebras menores que Lisboa.

Na Ásia, as principais bolsas fecharam no vermelho, com destaque para Hong Kong, cujo índice Hang Seng perdeu 3%. O índice global MSCI para a Ásia Pacífico recuou 1,5%.

Em Nova Iorque, as bolsas ainda não encerraram. Os índices estão a cair perto de 1%.

Juros e spread sobem, mas risco português é o mais baixo dos periféricos

Os juros das obrigações portuguesas a 10 anos aumentaram esta quinta-feira 16 pontos-base no mercado (secundário, onde se transacionam entre os investidores). Subiram de 3,2% no encerramento de quarta-feira para 3,36% esta quinta-feira. No final de junho tinham fechado em 3,1%.

O spread (prémio de risco) também subiu para 77 pontos-base. No final de junho tinha fechado em 75. Este prémio exigido pelos investidores à dívida portuguesa subiu porque o aumento dos juros dos títulos alemães (que servem de referência) foi esta quinta-feira inferior (14 pontos).

Contudo, sublinhe-se que o spread português é o mais baixo nos onze periféricos do euro. É inferior nomeadamente ao da Eslovénia (82 pontos), Croácia (103 pontos) e Espanha (107 pontos) que ficam mais próximos.

No mercado da dívida norte-americana, os juros dos títulos do Tesouro a 10 anos já estão em 4%, o nível mais elevado desde a crise de março. No prazo a 2 anos, chegaram a tocar %%, o nível mais alto desde junho de 2007, antes da crise financeiro global. A curva dos juros da dívida dos Estados Unidos continua profundamente invertida com a taxa no prazo a 12 meses em 5,48%, muito superior às registadas a 2, 5 e 10 anos.