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Aumento do custo de seguro de dívida faz Deutsche Bank cair 13%

O preço do seguro de dívida do Deutsche Bank disparou na quinta-feira. Os investidores, escaldados com o Credit Suisse, estão a vender as ações do banco alemão em massa esta sexta-feira

Thana Prasongsin/Getty Images

As ações dos bancos europeus estão a cotar em forte baixa na sessão desta sexta-feira, 24 de março: o subíndice Stoxx Banks, que segue o desempenho de 21 bancos europeus (exceto Reino Unido) estava a perder 5,72% na manhã desta sexta-feira, com todas as ações em baixa, e com uma cotada a ser particularmente penalizada: o Deutsche Bank.

O banco alemão era o que mais se desvalorizava no índice setorial, afundando-se mais de 13% a meio da manhã, devendo-se ao aumento do custo de seguro da dívida do banco, vulgo credit default swaps (CDS), segundo a Reuters.

Os CDS da banca estão a ser penalizados depois da decisão controversa das autoridades helvéticas de não considerar a senioridade da dívida AT1 aquando da compra do Credit Suisse pelo UBS no fim de semana passado. A decisão reduziu o valor dessas obrigações, num montante total de 17 mil milhões de dólares, a zero.

Na quinta-feira, os CDS do banco dispararam para os 173 pontos-base, a maior subida de sempre num único dia, segundo dados da Refinitiv citados pela Reuters. Um dia antes, estavam nos 142 pontos-base. Desde o início da semana o Deutsche Bank leva uma perda acumulada de mais de 4%.

O outro componente alemão do Stoxx Banks, o Commerzbank, recuava 8,25%; ao passo que o austríaco Raiffeisen Bank afundava-se 8,1% no dia em que a Reuters avançou que o Banco Central Europeu e as autoridades norte-americanas estão a pressionar a instituição financeira a sair do mercado russo.

Os bancos europeus vão fechar mais uma semana de altos e baixos na bolsa depois de um fim de semana tumultuoso: o Credit Suisse foi adquirido numa compra de emergência pelo rival UBS, depois de dias de quedas substanciais em bolsa. O nervosisimo dos investidores nascido das resoluções dos bancos Silicon Valley Bank e Signature, nos EUA, do início do mês de março, contagiou o mercado europeu.