Exclusivo

Distribuição

“Até o dia das compras mudou”: como o pós-Covid mexeu com o negócio dos supermercados

Há quatro anos, em março de 2020, era decretado o estado de emergência em Portugal devido à pandemia da Covid-19. Depois de a máscara cair, as compras online dos portugueses diminuíram, o carrinho de compras passou a vir menos cheio e o hipermercado perdeu peso. Este é o primeiro de uma série de quatro artigos que o Expresso publicará esta semana sobre negócios que mudaram com a pandemia
Tiago Pereira Santos

Os supermercados mudaram com a Covid e o consumo dos portugueses também. Quando a máscara caiu, “até o dia de compras mudou”. “Antes da pandemia, sexta-feira, sábado e domingo eram claramente os grandes dias de venda, mas hoje a procura é diluída durante a semana e ter um pico de compras à quarta-feira, por exemplo, tornou-se normal”, diz ao Expresso Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED - Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição. Na hora de fazer compras, o consumidor pode sentir, antes de mais, a subida dos preços como a grande mudança entre o pré o pós-pandemia, mas a análise ao impacto da Covid no retalho alimentar mostra que o vírus SARS-CoV-2 trouxe novas tendências. Alguns “novos hábitos” vieram para ficar, mesmo depois do consumo massivo de produtos de desinfeção e de a procura inexplicável por papel higiénico ter abrandado. “E há mudanças comportamentais ditadas pelo trabalho a influenciar tudo isto”, indica Gonçalo Lobo Xavier.