O grupo Jerónimo Martins fechou o primeiro semestre do ano com lucros de 365 milhões de euros, o que representa uma subida de 36,3% face ao ano anterior.
As vendas no mesmo período somaram 14,5 mil milhões de euros (+22,1%), informou o grupo em comunicado enviado à CMVM - Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) subiu 18,1%, para mil milhões de euros, com a margem EBITDA a cair para os 6,9%, contra os 7,2% registados em 2022.
Em Portugal, o Pingo Doce fechou o semestre com saltos de 8,2% nas vendas (2,3 mil milhões de euros) e de 7,6% no EBITDA (129 milhões) . Já a margem EBITDA foi de 5,7%, ligeiramente abaixo dos 5,8% do ano passado.
“O bom desempenho de vendas permitiu diluir o aumento dos custos”, diz o grupo sobre a performance da sua insígnia no mercado nacional, num semestre em que abriu seis novas lojas, encerrou uma e remodelou 20.
Remodelações e fragilidades em Portugal
O comunicado da Jerónimo Martins refere que “paralelamente ao investimento na intensificação da dinâmica promocional e na política de preços baixos”, a insígnia “está a acelerar o programa de remodelações com vista a implementar o seu conceito de loja alimentar para o futuro” com o objetivo de remodelar até 60 lojas e inaugurar 10 novas localizações até ao fim do ano.
No Recheio, “a tirar partido do dinamismo no canal HoReCa”, as vendas atingiram 632 milhões de euros no semestre (+23,2%), o Ebitda foi de 32 milhões de euros (+ 35,4%), a margem recuperou para os níveis anteriores à pandemia, fixando-se nos 5,1%, e, diz o grupo, a cadeia “vai continuar a investir no reforço do seu posicionamento competitivo no canal HoReCa e também no retalho tradicional, designadamente através da expansão da rede Amanhecer, que já integra mais de 500 parceiros”.
O grupo prevê que a sua operação em Portugal tenha de responder, no segundo semestre, a desafios decorrentes da “fragilidade do consumo interno” e que o turismo continue a ser “factor de crescimento no canal HoReCa”.
Mais 150 inaugurações na Polónia….
Na Polónia, onde o grupo concentra mais de 2/3 do seu negócio e diz que “o mercado perde volumes”, a cadeia de supermercados Biedronka "continuou a reforçar a sua competitividade, ativando uma imparável dinâmica comercial" e fechou o primeiro semestre com vendas de 10,3 mil milhões de euros (+24,5%), uma subida de 21,0% do Ebitda e 50 aberturas de lojas.
Mas até ao fim do ano, o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos quer abrir 130 a 150 lojas e remodelar 350, “aproveitando as oportunidades existentes” para se aproximar dos clientes.
A cadeia de saúde e bem-estar Hebe registou vendas de 208 milhões de euros (+27,9%) e viu o Ebitda aumentar 37,5% em seis meses, a par da abertura de 12 lojas, somando atualmente 323 unidades na sua rede no país.
…E 200 na Colômbia
Na Colômbia, “num contexto extremamente difícil para as famílias”, com a inflação alimentar nos 19,9%, a cadeia de supermercados Ara vendeu 1,1 mil milhões de euros no semestre, mais 31,6% do que um ano antes, enquanto o Ebitda recuou 26 milhões de euros no primeiro semestre de 2022 para 18 milhões de euros.
A insígnia abriu 110 novas lojas desde janeiro e encerrou duas, terminando junho com 1.201 localizações e a perspetiva de ter mais 200 inaugurações até dezembro.
O investimento como prioridade
"Manteremos o investimento como prioridade, estimando que fique em linha com o concretizado em 2022 (cerca de mil milhões de euros), do qual cerca de 45% na Polónia", avança o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos nas perspetivas para este exercício.
O presidente executivo da Jerónimo Martins, citado no comunicado, admite que o tempo “é de incerteza e de forte pressão sobre o rendimento disponível das famílias” e defende ser “imperativo gerar as melhores oportunidades de poupança contínua, através de fortes investimentos em preço", para garantir a preferência dos consumidores.
Assim, diz querer “cumprir rigorosamente os planos de expansão, para reforçar a proximidade e a conveniência e apostar nas remodelações como forma de melhorar a capacidade de atração das lojas e a experiência de compra e concretizar o potencial de crescimento”.