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"Criptobanco" com ADN português quase duplicou depósitos em época de crise no setor: o que explica o sucesso?

No meio de um furacão regulatório e reputacional destrutivo para o setor dos criptoativos, o Anchorage, “criptobanco” co-fundado pelo português Diogo Mónica, terá duplicado de um trimestre para o outro o montante total de ativos digitais que tem sob custódia. Na finança, é tudo uma questão de confiança. E nos ativos descentralizados a supervisão do Estado norte-americano parece ser um fator tranquilizador

Diogo Mónica e Nathan McCauley, fundadores da Anchorage

No último ano, o crescimento da indústria dos criptoativos foi vítima de uma travagem a fundo - e que travagem. A mudança do contexto económico, com taxas de juro em subida acelerada, drenou a liquidez deste mercado e provocou falências de instituições relevantes no setor, como a criptofinanceira Celsius e a plataforma de compra e venda de criptoativos FTX. O ano de 2023 também não começou da melhor forma para as empresas que operam nesta área, com um dos grandes mercados “cripto”, os EUA, a bombardearem incumbentes como a Binance e a Coinbase com processos, investigações, e multas. Nenhum destes porta-aviões foi ao fundo, mas adivinha-se que esta batalha “cripto” seja prolongada.

No meio desta turbulência, há uma empresa com ADN português que parece estar a ser uma beneficiária líquida desta confusão: a Anchorage, empresa de custódia de criptoativos fundada por Diogo Mónica e pelo norte-americano Nathan McCauley, viu o montante total de ativos sob custódia aumentar 80% de janeiro a março deste ano em relação ao trimestre imediatamente anterior, segundo números avançados à Bloomberg. Perto de duplicar, portanto, num par de meses.