Palavras como "altamente positivo" podem parecer estranhas para classificar 2008, mas são as usadas por Francisco Lino, presidente da Ocidental - Companhia Portuguesa de Seguros de Vida, para traçar um balanço do ano para a companhia. "Em plena crise económica e financeira a solidez desta seguradora veio ao de cima. Num contexto de grande adversidade, os principais objectivos estratégicos que nos propúnhamos alcançar em 2008 foram atingidos", afirma. A razão para esta satisfação é clara: "Não obstante a penalizadora vertente financeira, devido à crise dos mercados, as vertentes comercial e técnica do negócio foram muito positivas e compensadoras." Sinal disso, a companhia, detida em 49% pelo Millennium BCP e em 51% pelo grupo Fortis, arrebatou o prémio de Melhor Grande Seguradora Vida. Para lidar com a crise financeira, a estratégia da Ocidental Vida assentou em três vertentes. A primeira foi a concentração na informação e na qualidade de serviço aos clientes, combinada com prudentes critérios de gestão de riscos e metodologias de Asset and Liability Management (ALM) - práticas de gestão e alocação de activos para gerir os riscos que resultam de possíveis desencontros entre os activos em carteira e as responsabilidades para com os clientes. A segunda passou pela "histórica filosofia de gestão de controlo de custos que, não sendo sufocadora e inibidora do desenvolvimento do negócio, faz parte do ADN da nossa organização", aponta Francisco Lino. O gestor explica que o controlo de custos é, hoje, essencial para uma seguradora Vida, já que "geramos muito volume de negócio, mas as margens dos produtos são baixas, muito menores do que na área Não Vida". Um resultado que foi conseguido. O rácio entre despesas gerais e total de passivos técnicos ficou, em 2008, nos 0,90%, posicionando bem a companhia face às suas congéneres. Para isso, a Ocidental Vida tem apostado em métodos de gestão visando bons índices de produtividade, aliados a uma medição permanente da rentabilidade de cada produto e do grau de satisfação dos clientes internos (o canal de distribuição, que é a rede de retalho do Millennium BCP), dos clientes externos (os clientes finais) e dos colaboradores. "Para tal torna-se imperativo o investimento adequado nas ferramentas necessárias ao desenvolvimento e à avaliação permanente do negócio", frisa o gestor. Exemplo disso, em 2008 a companhia implementou um Balance Scorecard. A terceira vertente de resposta à crise foi a política sistemática de reforço da solidez financeira, que se traduz nos níveis de solvência apresentados. A margem de solvência passou de 152%, em Dezembro de 2007, para 192%, no final de 2008.
Um ano de crescimento
O bom desempenho comercial da Ocidental Vida em 2008 fica claro na expansão dos prémios emitidos, que cresceram 14,7%, face a 2007, para 1003,2 milhões de euros. Mais: considerando também os produtos Unit Linked (cuja subscrição não é contabilizada como prémios de seguros, já que o risco fica todo a cargo do cliente, como num fundo de investimento), o crescimento atingiu 28,6%. (...)
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