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Dos velhos de Muñoz aos Cavalos de João Fragoso

A irreverência das esculturas de Munõz, em contraponto com a rigidez da estatuária Estado Novo do Palácio da Justiça, além da Menina Nua, na Praça da Liberdade, a estátua a Garrett ou os cavalos da Praça D. João I, constituem o programa do terceiro passeio.

O terceiro passeio Expresso/Ippar arranca junto ao Palácio da Justiça, um exemplo da arquitectura privilegiada pelo Estado Novo. O arquitecto Álvaro Siza Vieira costuma dizer que não é a arquitectura que é fascista. Porventura sê-lo-ão os homens que a fazem. É uma verdade passível de discussão, mesmo se é certo que está hoje reconhecida a existência de uma arquitectura e de uma estatuária – visível na fachada do Palácio da Justiça – inspirada pelas concepções ideológicas dos regimes fascistas.

Hitler e Mussolini foram dois expoentes desse culto. A arte é um permanente alforge de aparentes paradoxos. Nada melhor para o demonstrar do que as esculturas de Juan Munõz, marcadas pelas singularidade de claramente contarem uma história, como é de resto habitual na obra deste escultor madrileno.

Mais no centro da cidade, o encontro é com outra abordagem radicalmente diferente do modo de fazer escultura. Primeiro com a Menina Nua, de Henrique Moreira, nos Aliados, depois com a pose intrigante de Almeida Garrett., de Barata Feyo, na praça General Humberto Delgado, e, por fim, a poderosa imagem dos Cavalos, de João Fragoso, na praça D. João I. A Praça foi recuperada no âmbito do Porto 2001 pelo arquitecto Alexandre Alves Costa que, juntamente com o artista plástico Albuquerque Mendes, são os guias deste passeio.