ARQUIVO Educação em crise

Professores sem objectivos entregues cometeram ilegalidade

Tribunal Administrativo de Coimbra suspende orientações dadas pelo Ministério às escolas. Mas alega que os docentes que recusaram entregar os objectivos devem sofrer "todas as consequências".

Os cerca de 30 mil professores que não entregaram os seus objectivos individuais para o processo de avaliação de desempenho docente cometeram uma ilegalidade, "pelo que é justo que os que se recusarem a entregar a proposta sofram todas as consequências". É este o entendimento do Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Coimbra, depois de apreciar uma providência cautelar interposta por uma docente.

Na providência, a professora pedia ao tribunal que suspendesse os efeitos de uma orientação dadas pelos serviços do Ministério da Educação (ME) às escolas e que determinava que cabia aos conselhos executivo decidir se se substituíam aos professores que não entregaram os objectivos, fixando-os por eles. A atribuição desta responsabilidade às direcções podia levar a que a mesma atitude tivesse consequências distintas, consoante o entendimento da escola em que o professor se encontra.

O TAF decidiu, para já, dar razão à professora, pedindo aos serviços do ME que se abstenham de dar essa informação, numa decisão que vai ser contestada judicialmente pelo Ministério.

Mas o tribunal também considera que "é justo e devido que [os autores da recusa] sofram todas as consequências legais da sua conduta ilegal", lê-se num excerto da sentença enviado às redacções pelo ME. Sendo que, para o tribunal, a sanção traduz-se "num eventual procedimento disciplinar e em o docente não poder ser avaliado no período em causa".

O Ministério da Educação vai aguardar a decisão final do TAF (a aceitação da providência apenas tem efeitos suspensivos até que a acção principal seja julgada) para reformular ou não as orientações que foram dadas às escolas. Com o processo a meio, algumas já tinham decidido fixar os objectivos dos professores que se recusaram a entregá-los, outras abstiveram-se de o fazer.