Teatro e dança

O ridículo de um velório em comédia teatral (com vídeo)

Já imaginou como seria assistir ao seu próprio velório? "Desabafos da Morta Não Falecida" traz ao palco do Auditório Carlos Paredes, em Benfica, uma divertida sátira às "obrigações" sociais por entre notas de música, dança e... gargalhadas. (Vídeo no fim do texto)
Elenco de 15 atores amadores e profissionais «oferece» hora e meia de divertimento
Rui Gonçalves/Forever Mesmo Teatro

Raquel Pinto (www.expresso.pt)

Morgue da Igreja de São Patrocínio. Vela-se "Joaquina Conceição", caçadora e proprietária de uma espingardaria, a segunda pessoa mais endinheirada de Vila Catita. É irmã de "Dona Rica", esposa do magnata da terra "Zé do Tijolo", de quem tem um filho, "Zé Maria", o único que consegue ver o espírito da falecida tia, que vagueia furiosa ao ouvir a verdade desagradável do "oportunismo" de familiares e "amigos".

Se alguns esperam uma possível recompensa deixada em testamento, outros ali estão somente por que a "obrigação social" assim o exige.

Neste velório "sui generis" é notória a pouca afeição pela defunta. Aliás, o importante passa a ser o relato de futebol, os "comes e bebes", as anedotas, as coscuvilhices, os engates... com música, canto e dança pelo meio, gargalhadas e interação do público à mistura.

Digressão até Março

Rui Gonçalves/Forever Mesmo Teatro

"Desabafos da Morta Não Falecida", da companhia teatral "Forever Mesmo Teatro", estreou no passado fim-de-semana no Auditório Carlos Paredes, em Benfica. Conta com um elenco de 15 atores amadores e profissionais.

"É uma comédia, uma sátira à vida real, ao que se passa nos velórios, principalmente entre as pessoas de mais idade e na província. Tudo é importante, menos o falecido", explica ao Expresso Manuela Passarinho, autora do texto, atriz, produtora e encenadora da primeira peça do grupo.

Questionada sobre as dificuldades em fazer nascer este projeto afirma que "o mais difícil foi a parte burocrática e convencer as entidades e patrocinadores que nos deram a apoio que a cultura é muito necessária". "É um espetáculo digno da Arte", sublinha.

Razões para ir ver a peça?

Rui Gonçalves/Forever Mesmo Teatro

"Deixam o stress do dia-a-dia, as más notícias dos telejornais, a crise, e vêm aqui divertirem-se, descontraírem", diz em jeito de convite o ator Nuno Pereira, que veste o papel de "Dona Rica". E acrescenta João Duarte ("Zé do Tijolo"): "tentamos ironizar o comportamento das pessoas, numa situação que deveria ser de respeito, tristeza, pesar com os mortos".

Para Susana Rodrigues ("Joaquina Conceição"), o " maior desafio enquanto atriz é o contato direto e pessoal com o público". "É a primeira vez que estou em palco mas fora dele. Eu vou praticamente assistir à peça com o público. Vou conversar com o público", revela ao Expresso.

O espetáculo sobe de novo ao palco esta quinta-feira às 22h00 e fica em cena até ao próximo dia 30. Segue depois para digressão nos arredores de Lisboa. Os bilhetes custam entre €5 e €7,5.

"Desabafos da Morta Não Falecida" (M/12)

Auditório Carlos Paredes (Benfica) 27, 28, 29 janeiro (22h00) e 30 janeiro (19h00)

Teatro Gil Vicente (Cascais) 11 e 12 fevereiro

Auditório Orlando Ribeiro (Telheiras) 17, 18, 19, 24 ,25 e 26 fevereiro

SFOA (Almada) 11 março

Bombeiros Voluntários de Colares (Sintra) 26 e 27 março 

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Mais informações e reservas: 968 615 404

Clique no link para ver o cartaz