“Práticas de companheirismo”; “crença nas comunidades de afeto, que se formam lentas, que escasseiam e que desejamos perenes”. É a um festival de artes performativas que estas citações se referem. As palavras são de Elizabete Paiva, diretora artística do Festival Materiais Diversos, iniciado em 2009 por Tiago Guedes. Este ano acontece na primeira quinzena de outubro, fazendo conviver espetáculos com seminários, visitas orientadas, ações ambientais e piqueniques, entre outras propostas, ocupando um território atravessado pelo Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros e tem em Alcanena e Minde os seus polos urbanos. Nestes quase 15 anos, o Festival Materiais Diversos tem vindo a reformular a sua identidade a partir de um constante questionamento.
Este ano o foco está em fazer “emergir o trabalho muitas vezes invisível de relações, acompanhamento e apoio à criação”. É deste pensamento e deste tempo mais dilatado que extravasa além da duração do festival que agora se apresenta “KdeiraZ”, de Natália Mendonça, espetáculo para crianças (hoje e amanhã, Largo da Igreja, Minde); a performance-instalação “Las Lámparas”, de Leticia Scrycky (amanhã, Cineteatro São Pedro, Alcanena), que desafia os sentidos a trocarem de lugar, ou seja, interrogar se os ouvidos veem ou se os olhos ouvem; propõem também um seminário sob o título “Companheirismo e Colaboração. Práticas Artísticas e Sustentabilidade”, com Carolina Cifras, Clara Antunes e Simone Frangi (11 a 13, Centro de Ciência Viva do Alviela). Dos espetáculos de dança contemporânea, destaque para “Boca Fala Tropa”, de Gio Lourenço (na foto, dia 13, Cineteatro São Pedro, Alcanena), “La Burla”, de Bibi Dória e Bruno Brandolino (dia 14, Ginásio da EB2, Minde), ou “A Besta, as Luas”, de Elizabete Francisca (dia 15, Polje Mira, Minde).
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