Cultura

Morreu o homem que fez de Gandhi um herói do cinema

Ganhou oito óscares com o filme Gandhi em 1982. Em 2004 perdeu a filha e a neta no tsunami da Tailândia. Sir Richard Attenborough faria 91 anos na próxima sexta-feira. Viva num lar de idosos e partiu no último domingo.

Richard Attenborough foi ator e realizador, um génio do século XX
Dan Kitwood/Getty Images

Manuela Goucha Soares

Richard Attenborough, um dos homens que marcou o cinema do século XX, vivia em Londres um lar de idosos quando morreu no último domingo a cinco dias de completar 91 anos.

Foi ator por vocação e realizador porque manejava como poucos a arte de fazer filmes. Em 1982, conquistou oito óscares com Gandhi, uma super-produção tocante, sensível e profunda sobre a vida de Mohandas Gandhi, o homem que conduziu a India à independência em 1949. Com uma linguagem cinematográfica simultaneamente simples e grandiosa, e a personagem de Gandhi interpretada por Ben Kingsley, o filme esteve nomeado para 11 óscares. O filme também foi galardoado com quatro Globos de Ouro e quatro prémios Bafta.

Richard começou a fazer cinema aos 12 e era três anos mais velho do que o seu irmão David [Attenborough], conhecido  antropólogo britânico e apresentador de documentários. Era casado com a atriz Sheila Sim, de quem teve um filho e duas filhas. 

Em 2008, em colaboração com Diana Hawkins, publicou sua autobiografia,  "Entirely Up to You, Darling". O título do livro remete para a grande perda do casal Attenborough: a morte da filha e da neta no tsunami que atingiu a Tailândia no dia 26 de dezembro de 2004, e Richard lamenta o tempo que não passou com elas. Apesar disso, a autibiografia narra uma vida intensa e cheia de acontecimentos.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, prestou-lhe homenagem através da rede social Twitter, assinalando que morreu "um dos grandes do cinema" e recordando o seu desempenho "brilhante" no filme "O pior dos pecados" (1947) e a realização "surpreendente" de "Gandhi", filme de 1982 pelo qual ganhou dois Óscares de Hollywood, refere a agência Lusa.

O ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, dedicou-lhe uma nota de despedida no seu site oficial: "Era alguém que era um privilégio de conhecer, alguém que eu olhei e respeitei. Defensor de causas progressistas, estava à frente de seu tempo. Fabulosamente bem-sucedido, porém humilde e sem qualquer tipo de arrogância (...)", assim o definiu Blair.