O Utopia acontece entre momentos literários fragmentados no espaço público de Braga, a entrevista biográfica a Miguel Esteves Cardoso, a opinião de David Mitchell, guionista do quarto filme da saga Matrix, a fuga para a frente de Ludmilla Ulitskaya, escritora russa exilada em Berlim e candidata ao Prémio Nobel da Literatura, ou as impressões sobre a hipermodernidade do filósofo francês Gilles Lipovetsky são destaques da edição inaugural deste “festival internacional do livro”, que congrega uma dezena de nacionalidades numa “programação autoral eclética para públicos diversificados”, esclarece ao Expresso o organizador.
“O festival nasce do intuito de criar uma marca global de eventos literários em Braga”, enaltece Paulo Ferreira, promotor, membro da direção da Penguim Random House em Portugal e fundador da The Book Company. Assim, pretende-se um festival anual, sediado numa Braga aberta ao mundo desde a construção do Arco da Porta Nova. Com a procriação de dois fluxos complementares: o de o público português entrar em contacto com alguns dos mais referenciados escritores internacionais e a exportação duma utopia literária de chancela minhota. “A edição espanhola é o passo mais evidente em 2025, mas planeia-se também a travessia do atlântico para o México ou o Brasil em 2027”, adianta Ferreira.