“É a bomba do ano no meio editorial”, afirma Manuel de Freitas, diretor-geral da Penguin Random House em Portugal. E não se refere a nada que tenha ocorrido na sua própria editora. A frase qualifica a transferência de José Rodrigues dos Santos (J.R.S.) da Gradiva para o gigante ibérico Planeta, que já anunciou que vai publicar o seu próximo livro em outubro.
A relação de J.R.S. com a Gradiva começou há 21 anos e foi lá que o escritor lançou os seus 30 livros — dos quais 23 romances. Desde então, vendeu para cima de 3 milhões de exemplares em todo o mundo, tornando-se no autor mais lido do país. O último título, “Jardins de Animais com Alma”, lançado em outubro de 2021 — e que até agora vendeu 60 mil exemplares —, deu à editora um lucro de €215.600. A sua saída representa um rombo orçamental que obrigará a Gradiva a “redistribuir energias e recursos”, mas “não mais que isso”, diz ao Expresso o seu fundador, Guilherme Valente. “Não temos passivo nem dívidas. Sobrevivemos sem o J.R.S.”