Cultura

Agnès Varda revisitada, nova exposição de Miró, Ryoji Ikeda e Rui Chafes: as novidades de Serralves para 2022

Destaque também para as primeiras grandes exposições em Portugal dos artistas brasileiros José Leonilson e Rivane Neuenschwander

A exposição “Ágora”, do artista norte-americano Mark Bradford, pode ser vista até junho no Museu de Serralves

“Renovar o passado, construir o futuro”: eis o lema que pauta a programação da Fundação de Serralves para este ano, com destaque para as exposições dos brasileiros José Leonilson e Rivane Neuenschwander, do músico e artista libanês Tarek Atoui, do pensador japonês Ryoji Ikeda, entre muitos outros. A oferta cultural inclui também a exibição de 17 filmes de Ai Weiwei na Casa do Cinema do Manoel de Oliveira, espaço onde será apresentado um ciclo de cinema dedicado à filmografia da cineasta Agnès Varda, precursora da nouvelle vague.

Inaugurada no final de 2021, “Ágora”, a primeira grande exposição do artista norte-americano Mark Bradford na Europa, ficará patente até junho, mostrando ao público um conjunto de obras nunca antes vistas.

“Signos e Figurações”, de Joan Miró, também pode ser visitada até março, e a partir de outubro as obras do pintor catalão podem ser vistas numa nova exposição em que dialogam com os trabalhos de artistas contemporâneos, intitulada “Pas de Deux” e comissariada por Robert Lubar Messeri.

Quanto às novidades de Serralves para este ano, uma das maiores exposições de 2022 será um projeto dedicado ao escultor Rui Chafes, proporcionando “uma viagem desde o início da carreira do artista até ao seu trabalho atual”, como descreveu esta segunda-feira o diretor do Museu, Philippe Vergne, durante a apresentação da programação.

No Parque de Serralves poderá ser vista, entre fevereiro e agosto, “Water Witness”, um projeto do libanês Tarek Atoui, descrito como uma “meditação escultural” baseada nas pesquisas acústicas do artista e dos registos sonoros que captou em locais como Atenas, Abu Dhabi, Singapura, Beirute ou Porto. No mesmo espaço será montado, a partir de maio, um pavilhão concebido pelo músico e pensador japonês Ryoji Ikeda, artista que mistura nos seus trabalhos dados da Nasa, sequências de ADN, coordenadas galáticas, elementos de física quântica, “com a ambição de capturar a escala do universo, o alcance da natureza”, como refere Serralves.

Outro ponto alto é a exposição “Drawn 1975-1993”, do brasileiro José Leonilson, que terá a sua primeira grande retrospetiva na Europa, oferecendo, entre março e setembro, um “olhar profundo sobre a trajetória de um artista que abraçou a beleza do quotidiano, os gestos domésticos, e também a vulnerabilidade e finitude do ser humano na era das doenças”, pode ler-se no plano de atividades da fundação para 2022.

Também do Brasil chega a arte de Rivane Neuenschwander, que “explora gestos e materiais simples em cenários que convidam a uma participação ativa dos visitantes”, naquela que será igualmente a sua primeira exposição em Portugal, patente em Serralves a partir de setembro.

Já a Biblioteca de Serralves vai acolher uma exposição de desenhos de Maria Antónia Siza, apresentada a partir de julho.

Nas artes performativas, destaque para Vera Mantero, que vai apresentar uma performance em diálogo com o trabalho de Rui Chafes. Além disso, Serralves vai organizar também uma série, intitulada “O que a minha dança diz”, dedicada à obra e ao legado de uma das mais importantes coreógrafas portuguesas. O bailarino Adam Linder é outro dos nomes que figura no cartaz de Serralves para este ano, trazendo em março as suas performances “duracionais”. 

A programação musical conta com a presença, em abril, da música eletrónica experimental de Beatrice Dillon.

Não faltam também na programação os já habituais festivais “Serralves em Festa”, “Museu como Performance” e “Há Jazz no Parque”, assim como regressa a iniciativa “Serralves em Luz”.