“Vimos aqui também uma muito nova maneira e estranha feição de bichos, a que os naturais da terra chamam Caquesseitão, do tamanho de uma grande pata, muito pretos, conchados pelas costas, com uma ordem de espinhos pelo fio do lombo, do comprimento de uma pena de escrever, e com asas da feição das do morcego, com pescoço de cobra e uma unha a modo de esporão de galo na testa, com um rabo muito comprido pintado de verde e preto, como são os lagartos desta terra.” É desta forma minuciosa que, na “Peregrinação”, Fernão Mendes Pinto descreve o animal fantástico, nunca encontrado. Transformado num aquamanil — recipiente na forma de animal, com água para lavar as mãos —, conhecem-se não mais de oito peças, uma das quais está no Museu do Oriente, integrando a exposição “Histórias de um Império”, com base na coleção Távora Sequeira Pinto.
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