Com perdas de receitas na casa dos 80% e o número de visitantes a cair 70,4% em relação a 2019, os museus, palácios e monumentos nacionais não têm expectativas elevadas em relação à reabertura agendada para a próxima segunda-feira. As estatísticas divulgadas pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) mostram que no ano antes da chegada da pandemia os nossos museus foram visitados por 4.817.927 pessoas e que esse número baixou em 2020 para 1.295.528. Os portugueses deixaram de ir, e os estrangeiros, responsáveis por 70% das visitas — ou mesmo 80% no caso do Museu Nacional do Azulejo — nem sequer passaram por Portugal. O pior, acredita, a DGPC, ainda está para vir. “2021 será previsivelmente pior em relação a 2020”, diz ao Expresso o gabinete de comunicação daquela direção-geral.
A afirmação da DGPC ganha mais força ao olharmos para a lista dos eventos mais relevantes e desejados em 2021, apresentada pela consultora OnStrategy, no âmbito do estudo anual RepScore. No topo surgem os grandes festivais de música, com o Rock in Rio, NOS Alive e Meo Sudoeste à cabeça. Logo a seguir vem o Campeonato Nacional de Futebol, e ainda as festas populares. As celebrações de Fátima e a Web Summit ficam em 7º e 8º lugares, respetivamente, à frente de outras iniciativas desportivas como a maratona de Lisboa ou a Volta a Portugal em Bicicleta. “Eventos associados à cultura só surgem a partir do 20º lugar desta lista de 50 e são associados ao teatro”, afirma Pedro Tavares, responsável pela OnStrategy. “Os museus aparecem a meio da tabela, na 23ª posição”, precisa o consultor.