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Cultura

Entrevista a Nalini Malani, uma das maiores artistas indianas: “Aqui, as mulheres são cidadãos de segunda classe”

O seu trabalho reflete a sociedade em que vive, mas também a global. Ativista renomada ainda, vem ao Porto apresentar “Utopia”, um conjunto de animações visuais. Falou com o Expresso

Um trabalho muito delicado, preciso e cheio de doçura revela uma artista preocupada com as injustiças do mundo. Nalini Malani, que expõe em Serralves desde o mês passado, fala na sua vontade de chegar aos outros e de lhes dar cultura como alimento.

Tem trabalhado com suportes multimédia desde os anos 60 do século XX. Porque escolheu este modo de comunicar?

Na Índia, as pessoas vão muito ao cinema. Veem muitos filmes indianos e estão muito habituadas à ideia da imagem e da montagem. Portanto, se eu quisesse que o público reparasse no meu trabalho, a imagem em movimento seria o melhor meio para atrair uma audiência diferente. Pelo menos, diferente da burguesia. A burguesia é que entrava em espaços artísticos, nas galerias e afins. Essa foi a maneira que eu tive para chegar a outro público.