A notícia de que apenas num dia, 10 de junho, 11 pessoas, todas do sexo masculino, foram decapitadas na província de Cabo Delgado só não espanta a população local do nordeste de Moçambique, que tem vindo a ser acossada por ataques destrutivos e de brutalidade macabra desde finais de 2017.
Do outro lado, na plateia virtual, assiste um mundo com uma certa dose de impavidez, protegido que se sente pela distância imaginada daqueles lugares de morte. Numa década, a Síria ficou em tal estado que hoje será mais fielmente designada por “territórios antes pertencentes à Síria”. O Iraque recupera com lentidão dos escombros deixados pela tomada dos territórios pelo Daesh. O mundo ocidental tremeu com as reportagens sobre os jovens europeus, e não só, que se radicalizaram e tudo largaram para se juntarem à guerra sanguinária ao lado dos terroristas. O regresso daqueles, mais ou menos arrependidos, mais ou menos aterrorizados, é um problema de difícil solução para o presente e o futuro, e implica as várias administrações internas dos países que tiveram de juntar forças e partilhar informações para combater os insurgentes. Para dar luta e expulsar o ISIS, o ISIL, o autoproclamado Estado Islâmico, fiquemos pelo Daesh, daqueles territórios foram necessárias alianças e acordos complexos numa mancha geográfica sem respeito por fronteiras, porque o Daesh tem precisamente como plano ocupar, dominar e tomar território para estabelecer o Califado.
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