Cultura

Mais de 135 anos depois de começar a ser reconstruída, Sagrada Família tem finalmente uma licença para as obras

Mais de 135 anos depois, as obras vão começar oficialmente

Frédéric Soltan/Getty

Quando Gaudí tomou das mãos de Francisco de Paula del Villar o projeto para reconstruir a Sagrada Família, o arquiteto fez tudo como mandam as regras: submeteu os planos que tinha em mente para a catedral para aprovação da junta de freguesia de Sant Martí de Provençals, uma vila agora parte de Barcelona, mas nunca recebeu resposta. Isto foi em 1882 e só em 2016 é que a cidade descobriu que não havia licença para a reconstrução do mítico edifício, parcialmente destruído durante a Guerra Civil.

Mais de 135 anos, dez arquitetos contratados e milhões de euros gastos em custos administrativos (só e licença em si custou 4,6 milhões de euros) depois, as obras vão começar oficialmente. A licença diz que o “o projeto de Antoni Gaudí vai continuar vivo” e detalha o que se pode esperar deste investimento de 374 milhões de euros: será maior em área e vai ter 18 torres, incluindo um pináculo de 172,5 metros, o que fará da catedral inacabada o edifício mais alto de Barcelona e duas vezes e meia mais alta que a Notre-Dame de Paris.

Financiada até aqui apenas através de doações privadas e venda de bilhetes a turistas, a construção tem sido um processo intermitente desde que Gaudí morreu, atropelado por um elétrico em 1926. As obras devem estar concluídas em 2026, quando se assinala o centenário da morte do nome maior do modernismo catalão.

O acordo entre a fundação que gere a basílica e a cidade de Barcelona inclui planos para melhorar o transporte público e a área adjacente à Sagrada Família. Cerca de 22 milhões estão destinados à rede de transportes da cidade, incluindo sete para aumentar a acessibilidade do sistema de metro, e mais de três milhões vão ser investidos para manter as ruas mais seguras e mais limpas.