Que memórias guarda do princípio do seu percurso na TV e no cinema, no início dos anos 80?
Para a miúda acabada de sair da adolescência que eu então era, recordo-me que foram tempos de confusão. Eu estava na Universidade de Nova Iorque a estudar jornalismo, fazia alguma publicidade para financiar os meus estudos, um dia desafiaram-me para escrever um artigo sobre o casting de uma soap opera, “As The World Turns”, só que acabei por fazer esse casting. E fiquei com o papel! Tudo isto me parece que se passou há milhões de anos. Mas lembro-me como se fosse ontem do meu primeiro dia no set, mal sabia memorizar uma linha de texto. Aliás, não sabia nada da matéria. Mas foram pacientes comigo.
E logo a seguir cruza-se com George Cukor, que a escolhe para o elenco de “Célebres e Ricas” [1981] e para o papel da filha de Candice Bergen. Seria o último filme de Cukor...
E foi o meu primeiro. Cukor era extraordinário, a quintessência da comédia americana da idade de ouro de Hollywood. E um realizador muito exigente. Ele era um patriarca natural, impunha uma autoridade impressionante no set, toda a gente lhe queria agradar – os atores idolatravam-no — e isso facilitava o bom ambiente. Só que eu era demasiado nova na altura para me dar conta disso. Ele não parava de me corrigir. Durante a rodagem, tirava frequentemente a dentadura que o incomodava e gritava-nos com aquele modo tão peculiar: “Don’t act! Stop acting!” Foi um fantástico conselho que segui para o resto da vida. Não interpretar, mas ser, simplesmente.
Quando Tom Hanks fez consigo “Você Tem Uma Mensagem”, um dos êxitos de Nora Ephron que mais a popularizaram, disse que você é dura de roer. Verdade?
Acho que há uma parte de nós neste trabalho que funciona como um colete à prova de bala e eu também tenho o meu. Creio que foi isso que o Tom quis dizer. Apurei o meu “BS” detetor [bullshit detector] para perceber quem fala comigo com autenticidade ou com segundas intenções.
Costuma ler o que escrevem sobre si?
Nunca leio. Há muito tempo.
E vê os filmes em que entrou?
Só quando se estreiam, uma vez, e nunca mais — é demasiado para mim.
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