“Divertida-Mente”
Realização: Pete Docter, Ronnie Del Carmen
Com: Amy Poehler, Bill Hader, Lewis Black, Mindy Kaling, Kaitlyn Dias, Diane Lane
95 min
É para miúdos mas também para crescidos, como acontece com grande parte dos grandes filmes de animação. Dos mesmos criadores de “Up – Altamente” e de “Toy Story”, “Divertida-Mente” foi um magnifico brinde da Pixar em 2015.
O filme decorre em simultâneo no interior e exterior de Riley, uma menina de 11 anos cujo mundo é virado do avesso quando se muda com os seus pais de uma pacata localidade no Minesota para a cidade de São Francisco.
De uma vida em íntima ligação com a natureza ela vai passar por uma penosa transição para um quotidiano urbano mais inóspito. Algo que lhe irá provocar um enorme choque e que parece ser demasiado para conseguir assimilar.
Ao mesmo tempo que a vemos interagir com os seus pais e a mudança de cenário exterior, assistimos também às dinâmicas estabelecidas entre as personagens internas das suas emoções e instintos primários, que surgem com cara, corpo e voz.
Primeiro a alegria impõe-se, mas a mudança fará com que o medo, a raiva, a repulsa e a tristeza passem a predominar. Esta última surge como especialmente mal-amada e desastrada, colocando sob uma sombra azulada tudo em que toca.
No limite da sua desestruturação, a menina terá de ganhar a maturidade suficiente para descobrir a forma de a conseguir também integrar, pois também essa tristeza cumpre uma função vital para o seu equilíbrio. Tudo isto apresentado em torno de figuras com formas muito concretas, num filme de animação que é também uma pequena e simples lição de psicologia.