Para quem procura ar puro, o concelho de Penacova, no Centro de Portugal, pode ser a melhor das (boas) surpresas. 70% do território é ocupado por floresta e boa parte é marcado pela passagem e influência do rio Mondego. Percursos pedestres, trilhos de trail runinng e de BTT, todos devidamente homologados e sinalizados, permitem descobrir vários recantos naturais, tanto em espaços urbanos como rurais. A serra convida à escalada e o rio às diversas atividades aquáticas.
Quase tudo começa na bela Praia Fluvial de Reconquinho, de águas com “Qualidade Ouro”. Encantadora, nas margens do rio Mondego “plantada”, é excelente para ir a banhos a partir de junho, quando abre a época balnear, mas ponto de partida para as diversas atividades durante os restantes meses do ano, como a canoagem. É aqui, também, que têm início grande parte dos percursos pedestres e também muitos dos trilhos do Centro de BTT.
De cariz turístico-cultural, destaque-se o percurso “Caminhos da Batalha do Bussaco” que dá a conhecer o terreno onde se travou a famosa batalha durante a Terceira Invasão Francesa, corria o ano de 1810. O trajecto inclui os locais onde se encontravam posicionados o exército anglo-luso e o exército francês, o local onde se posicionaram o Duque de Wellington e o Marechal Massena durante a batalha, e os dois palcos principais da Batalha: Santo António do Cântaro e respetiva encosta da Serra.
Ar puro e paisagem de cortar a respiração
Mais recente mas também com história, o “Roteiro do Arista” atrai quem procura um passeio para apreciar a paisagem e inspirar ar verdadeiramente puro. E quem são os aristas que deram nome ao caminho? Indivíduos anónimos que no início do século XX, há mais ou menos 100 anos, procuravam a qualidade do ar que se respirava em Penacova e as paisagens, acabando por permanecer na vila por longas temporadas. As condições mantêm-se e o percurso foi criado, com oito pontos de interesse, cada qual com uma letra da palavra “Penacova”. Aqui convida-se à descoberta, à contemplação e, naturalmente, ao privilégio de inspirar ar de excelente qualidade.
Uma das mais belas e antigas formações rochosas do concelho, cenário marcante das margens do Mondego, a Livraria do Mondego é um monumento que o tempo esculpiu ao longo de mais de 400 milhões de anos. Ao olhar para este “acidente natural”, a rocha assemelha-se a lombadas de livros devidamente arrumados nas prateleiras de uma estante. Para conhecer de perto esta maravilha da natureza, aventure-se pela PR 5, com uma extensão de 11 km e dificuldade média.
Moinhos e azenhas
Num concelho que concentra um dos maiores núcleos molinológicos do país – o mapa assinala 19 moinhos de vento em atividade ou em condições de funcionar -, não há como não fazer o trilho “PR 2 – Na Rota dos Moinhos do Buçaco”, um percurso admirável onde a natureza, a história e as gentes se misturam, num trajeto dedicado aos moinhos e às formas tradicionais de agricultura, marcado pelo relevo e paisagem da Serra do Buçaco. São cerca de 10 km, de dificuldade média, num percurso que pode ser feito em qualquer época do ano. Os moinhos de vento, as azenhas e as várias quedas de água dispersas na vegetação, podem também ser observados ao longo da “PR 4 – Ribeira de Arcos”, na freguesia de Lorvão, num trilho devidamente assinalado com 13 km de extensão.
Para uma panorâmica geral da região, nada como subir aos miradouros e deixar-se envolver pela grandiosidade das paisagens em redor. Vá até ao Mirante Emydjio da Silva, a partir de onde a paisagem sobre o Mondego nos avassala, de tão magnífica que se apresenta.
Na parte alta de Penacova, o Penedo do Castro oferece uma das mais impressionantes vistas panorâmicas da vila e é local de eleição para a prática de escalada e rappel. No passeio pela região visite os Fornos da Cal e marque no mapa uma paragem obrigatória no Porto da Raiva que em meados do século XIX era considerado o mais importante porto de todo o curso navegável do Mondego, onde assumia protagonismo a Barca Serrana.
Quem tem fascínio por árvores saiba que no concelho existem quatro espécies de “Interesse Público” ou “Monumentais”. São elas uma sequóia com mais de século e meio de vida, um conjunto de eucaliptos com quase 140 anos, um outro eucalipto originário da Tasmânia e uma glicínia, exemplar notável não só pela idade, mais de um século, como pelo diâmetro do tronco e formato da copa. Divirta-se a descobri-las!
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