Foi em tempos um parque aquático, o maior da região, mas um incêndio no início dos anos 90 ditou que ficasse durante anos vetado ao abandono, até ser recuperado por um filho da terra. Apesar de viver desde os anos 80 em Lisboa, o amor à terra que o viu nascer e crescer fez com que o notário e antigo bastonário da Ordem dos Notários, Joaquim Barata Lopes, se dedicasse a construir algo que desse notoriedade a Escalos de Baixo, no concelho de Castelo Branco, na Beira Interior. “Isto de apostar em hotéis no interior é sempre algo de temerário, sobretudo, quando se trata de gama mais alta”, começa por considerar o empreendedor.
Mas o coração falou mais alto. “Mesmo estando em Lisboa sempre mantive a ligação à minha aldeia e continuo a teimar ser possível e temos o dever de apostar no interior e proporcionar às pessoas que ali vivem, produtos de qualidade. Há da minha parte algum romantismo e, se calhar, até imprudência, mas é nisto que continuo apostado”, garante.
O hotel nasceu em julho deste ano, mas é um prolongamento do projeto que teve início em 2008, ano em que o notário adquire a Quinta da Bigorna, com 16 hectares, onde outrora existiu o parque aquático. Começou por funcionar com restaurante, salão de eventos, duas piscinas que foram reaproveitadas e modernizadas, e produção de vinho “se bem que em escala pequena”, refere o proprietário. A quinta tem adega e um wine bar - um espaço subterrâneo que foi outrora um dos dois fossos do campo de tiro da quinta -, onde se promovem experiências de provas de vinho (a partir de €7,50), “o produzido por nós, outros da região, e acompanhados por queijos também da região e presunto”.
O vinho com o rótulo Adega Barata Lopes “nasceu” em 2020, três anos após ter sido plantada a primeira vinha.
Por agora engarrafa-se a colheita de 2020, que estagiou em barricas de carvalho francês. As castas tintas são maioritariamente a Touriga Nacional, mas também a Tinta Roriz, se bem que numa escala mais pequena. Ainda mais recente e em menos quantidade é a experiência com o vinho branco, feito a partir da monocasta Chardonnay.
A par do restaurante e da adega, a necessidade de “ter também alojamento” fez nascer o Hotel Campo do Rosmaninho, nome alusivo aos campos da planta que ali existe em abundância, perfumando e dando cor. Ao todo são oito quartos (a partir de €119), “seis com área superior a 30m2 e dois ligeiramente menores“ e quatro suítes “com áreas acima dos 40m2”. Todos eles têm o nome de uma planta campestre, que dá também mote à decoração dos quartos, todos diferentes.
Além das duas generosas piscinas, o Hotel Campo do Rosmaninho (Estrada Nacional 240, Km7, Escalos de Baixo. Tel. 272467345) conta ainda com campo de padel, o primeiro do concelho, e restaurante. A pedido há cestas para piqueniques (a partir de €15).