A funcionar desde 1994, a Clínica Veterinária da Póvoa de Varzim, passou, desde sábado passado, a Hospital Veterinário, tendo como principal diferença o atendimento contínuo de 24 horas
Carlos Sousa, médico veterinário e proprietário do Hospital, lembra que esta é a primeira instituição do género no concelho, sublinhando que "todos os dias" trata animais de vários concelhos e distritos vizinhos. "Várias cidades limítrofes usam o nosso serviço e penso que a mudança será bem acolhida".
A alteração do estatuto de Clínica para Hospital foi sujeita à classificação da Direcção Geral de Veterinária e da Ordem dos Médicos e prende-se com a multidisciplinaridade da equipa, as características das instalações e a antiguidade. "É necessário ter um certo número de anos para ser director clínico de um hospital", disse o médico Carlos Sousa, salientando que foram tidos em conta vários aspectos para mudar de estatuto. "A ordem dos médicos e veterinária honrou-nos com esta classificação e nós vamos continuar a tentar a merecê-la", defende Carlos Sousa.
Localizado na Rua da Junqueira, no centro da cidade, a Clínica já dispunha de um serviço de urgência contínuo, através de chamada, sendo que agora há um médico de serviço durante a noite numa valência que irá permitir "apoiar as clínicas que existem e que não têm este tipo de serviço". Em paralelo irá baixar o preço dos custos ao utilizador, pagando apenas a taxa de urgência e começarão com a criação de planos de saúde e outras novas iniciativas que irão permitir mais facilidades dos processos.
O Hospital conta com quatro médicos veterinários e cinco assistentes e tem capacidade para ter vinte animais internados, realizando-se em média e por dia, 30 a 40 consultas, sobretudo preventivas. Carlos Sousa sublinha a sua importância: "a ideia de que se recorre ao veterinário somente quando o animal está doente é errada e hoje as pessoas já têm noção disso". O médico veterinário lembra que é nessas consultas que muitas vezes se descobrem problemas nos animais que, diagnosticados numa fase inicial, podem ser facilmente tratados.
As pessoas têm mais cuidados com os animais de estimação
O proprietário do Hospital refere que, "felizmente, não tem sido afectado pela crise. Pelo contrário, tem aumentado. As pessoas preocupam-se com os animais e cuidam muito bem deles. A partir do momento em que o animal deixou de estar apenas no quintal, para passar a andar dentro de casa e a dormir ao pé dos filhos, as pessoas começaram a ter muito mais cuidado e preocupação".
Quando um animal vai a uma consulta, o dono acompanha-o, para estar a par de todos os tratamentos. "Esta relação de confiança é algo que prezamos e que sempre existiu na clínica É uma forma de envolver as pessoas, de perceberem, o que se está a fazer, não haver nenhuma dúvida da forma como o processo decorre".
Por sua vez, as consultas de vacinação servem também para fazer um 'chek-up' aos animais. "O facto de um animal vir duas vezes por ano à vacinação serve para ser observado, para conversar com os donos sobre a alimentação e se necessitamos de a alterar. São cuidados que se vão reflectir no futuro. Muitas vezes numa simples consulta de vacinação são detectadas algumas coisas, que corrigidas a tempo e horas, evitam problemas maiores", defende o veterinário, acrescentando que é preciso ter em conta que num cão, o facto de não visitar o médico durante um ano, equivale, num humano, a sete ou oito anos sem ir ao médico, sendo aconselhada a visita ao veterinário duas vezes por ano.
Divisões do Hospital
O Hospital Veterinário da Póvoa tem na estrutura diversas salas, para as diferentes tarefas. Para além de dois consultórios, salas de operações e do laboratório, o espaço conta ainda com uma farmácia interna e dormitório para os médicos.
No laboratório são feitas as várias análises, desde urina, pele, biopsias, análises de sangue, que funciona 24 horas, apresentando num tempo reduzido, os resultados.
O espaço de internamento é utilizado pelos animais antes e depois das operações. "Aqui é feito o tratamento e o exame clínico, são administrados os medicamentos, e registada a evolução, tudo registado nas fichas de internamento", refere Carlos Sousa, sendo separados para uma zona específica, os animais que possuem doenças infecto-contagiosas.
Quanto às cirurgias, são realizadas em bloco operatório. Segundo o médico, são operados às mais diversas patologias, mas o mais frequente é a oncologia. "Operamos dos mais variados tumores", estando sempre presentes quatro pessoas: um cirurgião, um ajudante de cirurgia, uma assistente e um anestesista.
Numa outra sala são realizadas as Ecografias. Para Carlos Sousa, este é um meio inestimável no diagnóstico, por não ser invasivo e por se poder repetir as vezes que forem necessárias. A mesma sala está preparada para os procedimentos menos estéreis, como as limpezas dentárias e as endoscopias.