"O pároco abandonou a imagem e foi para casa, saindo por uma porta lateral da Igreja. Não deu explicações aos paroquianos e isto caiu-nos muito mal", afirmava, em coro, um grupo de cerca de 20 pessoas que se concentrava, ontem, no largo do templo.
O braço-de-ferro entre populares e o clérigo começou há cerca de dois anos. Na base do litígio estão diversas acusações que o sacerdote terá dirigido à Junta de Freguesia e à Comissão de Festas, devido à quantia de seis mil euros apurados nas festas da aldeia.
Verbas angariadas pela Comissão de Festas é outro dos motivos de quezílias
"O senhor padre começou por denegrir a imagem dos jovens que organizam as festas da aldeia, chegando-os a chamar de caloteiros, porque não lhe era entregue o dinheiro angariado. As desavenças começaram há cerca de um ano, azedando no início da campanha eleitoral para as últimas autárquicas, mas, anteontem, foi a gota de água", disse o presidente da Junta de freguesia de Sambade, Carolino Pimentel.
Ricardo Pimentel, membro da Comissão de Festas, diz que a situação já foi denunciada por três vezes ao bispo diocesano, mas que, até ao momento, tudo se mantém.
"Tentámos, por várias vezes, chegar a um acordo com o padre no que diz respeito ao destino a dar ao dinheiro angariado. Contudo, não há diálogo", explicou o paroquiano.
Já outro morador, Armindo Gonçalves, adianta que o padre deveria ter uma postura diferente. "Está a afastar as pessoas da Igreja, principalmente os jovens. É pena porque quando aqui chegou era uma pessoa que cativava as pessoas", afirma.
Por seu lado, o padre Francisco Pimparel limitou-se a dizer que tudo não passa de "uma situação criada com base em questões políticas e partidárias", remetendo explicações adicionais para o bispo diocesano.
Mais informações aqui.