Jornal do Algarve

"O Algarve precisa de uma política desportiva"

  O diretor regional do Instituto do Desporto e da Juventude do Algarve, Luís Romão, alertou que as políticas desportivas a nível nacional "podem não ser a solução para a região" e revela que aquela entidade pretende lançar as linhas orientadoras para o futuro, começando pela auscultação de todos os agentes desportivos algarvios

Domingos Viegas (Jornal do Algarve)

 

O diretor regional do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) defendeu que o Algarve precisa de uma política desportiva e revelou que aquela entidade está a preparar um plano que deverá indicar as linhas orientadoras para o futuro do desporto na região.

"No Algarve existem muitos clubes que são excelentes exemplos de boas práticas, mas não existe uma política desportiva. E estamos a preparar um plano de atividades interno em que um dos aspetos a ser trabalhado será precisamente esse", explicou Luís Romão ao Jornal do Algarve, no final do seminário sobre gestão desportiva, que decorreu na última semana em Loulé.

O diretor regional diz que este plano tem de ter como base a auscultação de todos os agentes desportivos, um trabalho que, aliás, já começou a dar os primeiros passos através de algumas reuniões levadas a cabo nas últimas semanas.

"Não acredito em reformas feitas em gabinetes. É preciso envolver as pessoas. Por isso precisamos de ouvir as associações regionais, os clubes, os dirigentes, os treinadores e os atletas", defende Luís Romão, frisando que "um plano deste tipo também tem que incluir as escolas, as associações académicas e as autarquias".

O responsável máximo do IPDJ recordou que a forma como o associativismo funcionou durante os últimos anos já acabou. "Neste momento, só é possível fazer alguma coisa criando uma rede de parcerias, de forma a encontrar sinergias para desenvolver as atividades. Uma vez que não há dinheiro, o caminho só pode ser este", defendeu.

Luís Romão alertou, ainda, para o facto de as políticas desportivas a nível nacional poderem não ser a solução para a região algarvia. "Até no desporto o Algarve tem as suas especificidades. Por isso, antes de serem apontadas soluções e linhas orientadoras, é preciso fazer o diagnóstico da situação, com trabalho no terreno, ouvindo os agentes desportivos.", explicou o diretor regional, lamentando que "estas coisas não tivessem sido implementadas quando havia dinheiro, porque teria sido muito mais fácil".

Na opinião de Luís Romão, o IPDJ pode ser a entidade que promova esse espaço de reflexão, de debate e de criação de soluções. Porém, sublinhou que aquela entidade "promoverá o plano, mas as atividades terão de ser desenvolvidas com os clubes e associações da região".

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