A maioria vem ao abrigo do programa europeu Erasmus - o conhecido programa de mobilidade inter-universitária para estudantes do espaço europeu, estabelecido em 1987 - mas também há alunos que utilizaram o programa Sócrates, o equivalente para estudantes de fora da União Europeia.
No semestre actual o número de estudantes além-fronteiras ascende a 18 e o rol de nacionalidades é variado. Há polacos, finlandeses, brasileiros, húngaros, letões e alemães. A própria ESAD tem protocolos com mais de 20 universidades de todos os cantos da Europa e pode vir a estabelecer mais, basta que se estabeleçam os contactos necessários, e que haja interesse por parte dos estudantes em estudar nesses países.
A Gazeta das Caldas conversou com 3 desses estudantes Erasmus: Agnete Bite, natural da Letónia, 29 anos de idade ; Tommi Niskanen, finlandês de 23 anos e Andreas Hirsh, alemão de 24 anos. Para os três há algo que à partida define muito sobre a região da Escola Superior que os acolheu: o clima e maneira de estar. "Na Finlândia o tempo é muito frio mas cá tanto o clima como as pessoas são quentes" diz entre risos Tommi Niskanen, estudante de design gráfico, acrescentado que o maior impacto que sentiu na diferença entre a cultura finlandesa e a portuguesa foi a forma de as pessoas se cumprimentarem. "Na Finlândia somos mais distantes, não damos dois beijos na cara como aqui. Da primeira vez que me cumprimentaram dessa forma foi algo estranho, mas acho que já me habituei".
Para Andreas Hirsh, estudante de design gráfico e artes plásticas, a maior diferença que sente entre a sua Alemanha natal e Portugal é a forma de gerir o tempo. "Aqui fazem-se as coisas muito lentamente, com calma, enquanto que na Alemanha é tudo muito pontual. Por exemplo, na Alemanha chegar atrasado a um encontro é uma enorme falta de respeito, enquanto aqui não" refere o estudante germânico, ao mesmo tempo que os colegas acenam com a cabeça, em sinal de concordância. "Ainda me lembro de no princípio do semestre andar muito preocupado porque os horários ainda não terem saído por esse processo demorar muito tempo. Um dia, um colega português informou-me que cá era assim e para não me chatear demasiado com isso. Foi o que fiz" refere.
Já Agnete Bite é mais sintética na sua apreciação. "O sol, a boa comida e as pessoas simpáticas" responde a estudante de design multimédia quando questionada sobre o melhor das Caldas, referindo porém que, no seu país, a forma lenta como algumas coisas são feitas em Portugal seriam vistas como uma "falta de profissionalismo". Apesar de tudo, todos põem a hipótese de voltar a Portugal, desta vez para trabalhar.
Andreas Hirsh, que já expôs trabalhos seus nas Caldas, admite mesmo arranjar um trabalho dentro de pouco tempo. "Como a minha irmã também vem fazer Erasmus para Portugal, aproveito para estar com ela, e entretanto, já ando à procura de trabalho" conclui.