Três anos depois da primeira Unidade de Saúde Familiar (USF) do concelho das Caldas ter começado a funcionar na Tornada, abriu no passado 31 de Julho uma USF que funciona provisoriamente no Centro de Saúde da cidade.
Esta entidade, que se chama USF Rainha D. Leonor, é liderada pela ex-directora do Centro, Leonor Salvo e conta com oito médicos e idêntico número de enfermeiros e administrativos.
A USF tem entrada por uma porta lateral do edifício por forma a vincar a diferença deste novo serviço, que funciona de forma autónoma, estando a sua gestão entregue aos profissionais que dela fazem parte.
De acordo com Teresa Luciano, directora do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Oeste Norte, esta USF deverá mudar-se no fim do ano para um edifício que será entretanto construído nas Caldas. Uma decisão que foi tomada depois de se terem tentado várias localizações em imóveis que precisavam de obras de remodelação, mas que acabaram por se tornar inviáveis.
Entretanto está em curso mais uma candidatura para outra USF nas Caldas, que tem como principal responsável o médico gaeirense Rui Araújo. Esta chamar-se USF Bordalo Pinheiro, terá quatro clínicos e deverá funcionar com pólos nas Gaeiras e nos Vidais.
Na região, os profissionais de saúde têm vindo também a organizar-se e a constituir mais entidades deste tipo, entre outros motivos porque podem funcionar de forma mais autónoma, contratualizando com a sua entidade patronal (Ministério da Saúde) as valências e tipos de serviços que vão prestar e respectivos objectivos.
Em Alcobaça deverão surgir as USF Pedro e Inês e a de Pataias. Na Nazaré há duas candidaturas, estando mais avançada a que se dá pelo nome de Nazareth.
Tornada com sistema electrónico de atendimento
A USF da Tornada estreou há um mês um sistema de atendimento electrónico que permite aos utentes inscreverem-se e serem depois chamados pela médica ou enfermeira, sem terem de passar pela secretaria.
"É o único homem que cá temos", ironiza Ana Pisco, responsável pela Unidade, referindo-se à voz masculina electrónica pois esta USF só tem mulheres no seu quadro, entre médicas, enfermeiras e administrativas.
A mesma responsável disse que a implementação do novo sistema tem tido uma boa aceitação por parte dos utentes e permite descongestionar o trabalho da secretaria diminuindo também o nível de ruído dos telefones por já não ser necessário ligar dos gabinetes clínicos dizendo que pode avançar outro doente.
O maior problema da USF da Tornada é, contudo, a ausência de transportes públicos, agravada durante o Verão pela redução do número de autocarros devido às férias escolares. Por isso, circula já um abaixo-assinado naquela freguesia pedindo "a criação de uma linha de transporte público regular que disponibilize o acesso esta instituição [USF], nomeadamente pelo alargamento/reformulação do Transporte Municipal Toma".
O documento diz que esta linha de transporte deve primar principalmente pela regularidade e periodicidade durante o horário de funcionamento daquela unidade de saúde, que é das 8h00 às 18h00.
O abaixo assinado diz ainda que a ausência de transportes "atenta gravemente contra os direitos de todos os cidadãos do concelho de Caldas da Rainha que desta forma se encontram limitados de recorrer aos serviços públicos desta Unidade de Saúde".