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Joe Jackson confirma que Michael tem mais um filho

O patriarca falou. Joe Jackson veio dizer, em directo e para não deixar dúvidas ou crédito por mãos alheias, que o jovem norueguês Omer Bhatti é, como se suspeitava, filho de Michael. Clique para visitar o dossiê Michael Jackson (1958-2009)

Rui Henriques Coimbra, em Los Angeles

Os boatos persistiam há um mês. Eram impossíveis de ignorar desde que o miúdo foi, estranhamente, visto junto à família nuclear durante as cerimónias fúnebres no Staples Center.

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No canal noticioso online "NewsOne", o jornalista pergunta a Joe Jackson se tem alguma coisa a dizer sobre a possibilidade de Omer Bhatti ser, como tem sido veiculado largamente, o quarto filho biológico de Michael. Joe Jackson, sem hesitar, confirma as suspeitas e acrescenta que sempre soubera que Michael tinha outro filho. Não é fácil decidir sobre a credibilidade de Joe Jackson que, segundo Michael Jackson, batia nos filhos quando estes ainda eram menores em início de carreira. Joe já não vive com a mãe do cantor, Katherine.

Omer Bhatti tem 25 anos, é de nacionalidade norueguesa e, alega-se, resultou de um encontro nocturno fortuíto entre Jackson e Pia Bhatti, em 1984. O que se sabe de facto é que a família Bhatti viveu no rancho Neverland em meados dos anos 90, quando o filho Prince Michael, então com 12 anos, precisou de nanny a tempo inteiro. Omer Bhatti disse há tempos que o cantor o tratava como filho mas que os pais verdadeiros, esses, viviam na Noruega.

Omer Bhatti foi visto junto à família durante a cerimónia fúnebre no Staples Center

Na homenagem pública televisionada, Omer sentou-se de óculos escuros ao lado de Rebe Jackson, surpreendendo os observadores e emergindo da cerimónia como a grande incógnita. Rebe Jackson, a irmã do cantor que sempre detestou a ribalta, tem família discreta com filhos e marido, e, nos bastidoes, mantém luta cerrada com todos os que têm escolhido para os miúdos uma visibilidade que o próprio Michael Jackson sempre evitou. É natural que Rebe tenha sido escolhida para, como numa estreia de alguém sem traquejo mediático, apresentar publicamente o novo delfim da família.

Na mesma entrevista, Joe Jackson acrescenta, num tom dedutório, que o miúdo só pode ser mesmo seu neto porque "se parece com Michael, tem os maneirismos do Michael e dança como o Michael". O repórter pergunta ainda ao pai do cantor se acha que Omer Bhatti pode, então, ser considerado o futuro dos Jackson lendários. Aqui, talvez numa estratégia empresarial, Joe Jackson diz não estar em posição de garantir que as coisas sejam assim tão simples. "É preciso esperar para ver", declarou cautelosamente.

Operação choque e surpresa

A alegação paternal de que Michael Jackson deu origem a um quarto filho natural caiu que nem uma bomba em todos aqueles que têm seguido a sequência vertiginosa dos acontecimentos. Bomba sim, mas com fleuma. Joe Jackson nem sequer parou de sorrir, como se estivesse ciente de que o segmento iria obter audiências gigantescas típicas de um filme do James Bond.

A cena pertence-lhe. Numa jogada de mestre, Joe Jackson reconquista o palco dos acontecimentos ao mesmo tempo que: primeiro, restaura a virilidade do filho; segundo, dá continuidade à dinastia sem que haja tempo para pensar noutras realidades; terceiro, por falar em realidades, a declaração espantosa de Joe Jackson eclipsou, pelo menos por momentos, a investigação policial e, com ela, as revelações médicas de Michael Jackson e todos os outros pormenores que, como uma mancha negra, se tem espalhado sobre o nome Michael Jackson, ameaçando quebrar o feitiço de um mito que continua a ter pernas para facturar.

A confirmação de Omer Bhatti como filho de Michael tem outras implicações financeiras. Os outros filhos são demasiado novos e podem ir dando continuidade à estirpe Jackson quando chegar a vez deles. Mas, por enquanto, o lugar de Rei estava vago. Há já um mês que, claramente, a família tinha posto na janela um letreiro enorme - há quem diga mesmo que a descrição adequada é enorme e espectacular - a anuciar: "Herdeiro, precisa-se, entrada imediata com benefícios".

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Os três filhos "oficiais" de Jackson: Paris, Prince Michael I e Prince Michael II
Mark J. Terrill/AP

Omer Bhatti, já de si talentoso e capaz de efectuar passos de dança que muitos verão geneticamente ligados a Michael Jackson, acabou de herdar o papel de celebridade mais querida em todo o mundo. A honra é rara. O incómodo também. Os fotógrafos não vão dar-lhe um momento de paz e, por isso, a história adquiriu sangue novo.

Noutras notícias

Conrad Murray, o médico privado do cantor, parece cada vez mais visto como suspeito. A sua casa em Las Vegas foi revistada pela polícia.

Numa decisão que toda a gente esperava, o tribunal de família decidiu que os três filhos tradicionais fossem entregues de custódia à avó, ficando Debbie Rowe, a mãe biológica de dois deles, com direitos de visita, desde que as crianças sejam igualmente acompanhadas por um psiquiatra que lhes dirá, aos filhos e à mãe conceptora, quando e com que frequência se devem ver.

Debbie Rowe esteve casada brevemente com Jackson, em 1986, pouco tempo depois de engravidar artificialmente. Os dois filhos em comum têm 12 e 11 anos. Rowe mantém os direitos de mãe mas, dizem os advogados, não recebeu pagamento por mais esta cedência temporária dos menores.