A crise que marca a atualidade está a dar-lhe a volta à cabeça? A sua vida, os seus relacionamentos e a sua carreira estão a provocar-lhe stresse? Considera-se uma pessoa stressada? Sabia que existe bom e mau stresse? Gostaria de gerir melhor o seu stresse?
Com o objetivo de ajudá-lo/a a encontrar respostas a estas perguntas, entrevistamos esta semana Conceição Espada, autora do livro 'Gerir o stresse em tempo de crise'.
AS - Qual o impacto da crise nacional/mundial no stresse individual e coletivo?
CE - A crise nacional/mundial, tornou-se um fator gerador de stresse, devido a todas as questões de insegurança que provoca.
O desemprego, a instabilidade económica, a mudança de hábitos e estilos de vida, a necessidade de maior mobilidade profissional para outros países, são fatores que vieram agravar o stresse tanto individual como coletivo, da sociedade.
A instabilidade, o medo e a insegurança são fatores sociais que influenciam muito fortemente os indivíduos. É muito mais difícil cada indivíduo manter a calma e serenidade, quando coletivamente a sociedade está stressada. E como a sociedade é a soma dos indivíduos, se cada um estiver stressado, a sociedade é também reflexo disso. Daí a necessidade, mesmo que difícil, de cada um tomar conta um pouco do seu stresse!
AS - O que distingue o stresse bom do stresse que todos queremos evitar?
CE - O stresse bom é a capacidade que o organismo e o cérebro têm de responder a situações novas ou de ameaça. É a capacidade que o ser humano tem de reagir a situações adversas e ou estar estimulado para novos desafios.
Quando estamos permanentemente em situações de alerta e de resposta imediata, sem tempo nem espaço para recuperar, o stresse torna-se crónico, e muitas vezes viciante. Os níveis de adrenalina libertados estão sempre em níveis muito elevados, o que torna o stresse uma constante e não uma exceção.
AS - Quais são os principais fatores de stresse na vida quotidiana?
CE - Os principais fatores de stresse na vida quotidiana são variáveis de pessoa para pessoa e da capacidade de resposta que cada um tem.
De qualquer forma as mais frequentes são:
Conciliação da vida profissional com a vida familiar;
Profissões desmotivantes ou extremamente desgastantes;
Problemas financeiros;
Problemas jurídicos;
Doença de familiar próximo;
Perca de familiar chegado;
Questões comportamentais com filhos;
Divórcio ou separação;
Relações afetivas desgastantes.
AS - Como gerir o stresse quando se está desempregado?
CE - Gerir o stresse quando se está desempregado é um enorme desafio!
É tentar que o stresse gerado pela própria situação não o deixe tomar completamente, numa situação negativa e por vezes destrutiva.
É poder tentar olhar para as circunstâncias por outro prisma, e repensar as suas prioridades e o seu tempo. E tentar redescobrir alguma vocação ou possibilidade que quando se tinha tempo e emprego, não era possível e gerir o mais possível o stresse para que se tenha a possibilidade de se reinventar!
AS - Quais são as práticas que mais favorecem a boa gestão do stresse?
CE - As práticas que mais favorecem a boa gestão de stresse passam por exercícios de respiração, relaxamentos do corpo e da mente, exercício físico, atividade lúdica ou criativa (escrever, pintar, etc.), boa noite de sono, relação com as novas tecnologias q.b., abstrair-se de notícias e conversas sempre negativas e destrutivas.
AS - Que conselho daria ao leitor VIPP que quer começar a gerir o seu stresse já?
CE - O conselho que daria já é de fato a decisão de começar a gerir o stresse. Gerir o stresse não vai alterar as condições exteriores mas sim as respostas que damos a esses mesmos fatores externos. Para isso é necessário alterar alguns comportamentos e hábitos e para tal, como em tudo, é necessário querer! É o primeiro passo, a seguir é encontrar o modelo adequado ao seu carater e estilo de vida e depois experimentar e sentir os resultados!
Livro recomendado: Gerir o Stresse em Tempos de Crise de Conceição Espada
Sinopse: As dificuldades financeiras são uma das principais causas de stresse; contudo, não é necessariamente a precariedade financeira que causa o stresse, mas antes a forma como a ela reagimos. A preocupação com o dinheiro, a ansiedade resultante da instabilidade financeira ou profissional, a angústia gerada pelos diversos aspetos desgastantes da vida quotidiana em épocas de recessão - todos estes elementos levam a uma acumulação incomportável de stresse. Contudo, estes momentos de crise são também grandes oportunidades de mudança de vida. Chegando os níveis de stresse a um ponto de rutura, mesmo para as pessoas mais céticas e resistentes, a gestão de stresse torna-se um imperativo. Ao longo destas páginas, encontrará uma análise informada do fenómeno do stresse nos seus diversos aspetos, bem como conselhos e indicações muito práticos para o gerir. Este livro é ainda complementado com vários exercícios e atividades, bem como por um diário que lhe permitirá fazer uma gestão personalizada do seu nível de stresse.Gerir o Stresse em Tempo de Crise é um manual prático que o ajudará a repensar a sua vida e o convida a transformar o seu quotidiano numa experiência de autodescoberta e crescimento.
Páginas: 128
Ano: 2013
Editor: Pergaminho
ISBN: 9789896871604
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