Voltámos a ser Portugal!, titula hoje, eufórico, o jornal A Bola, depois da selecção nacional ter ido arrancar um suadissimo triunfo à Albânia, por 2-1, com o golo da vitória a acontecer já nos descontos, aos 93 minutos.

Convenhamos que é preciso ser muito patriota para não ver as evidências: Portugal voltou a fazer uma exibição paupérrima perante uma selecção que está em 93º no ranking mundial e é manifestamente um conjunto de pernas de pau, sem qualquer categoria.

Além disso, o seleccionador nacional deu, mais uma vez, provas de que é extraordinário na playstation - mas uma desgraça em campo. Aquela de colocar o Luís Boa Morte a jogar na direita durante os primeiros vinte minutos de jogo só podia dar no que deu: um fiasco e uma total falta de coordenação com os seus colegas de sector.

Depois, insistir em Pepe como médio defensivo quando se joga perante a Albânia, é preciso ganhar e se tem no banco o João Moutinho também só prova que Carlos Queirós quer demonstrar-nos que ele vê o que ninguém mais vê. É verdade. Vê tudo ao contrário e faz quase tudo errado.

Ganhámos à Albânia. E então? A Bola dá a entender que ainda vamos a tempo de ir ao Mundial da África do Suil. Mas alguém em seu juízo perfeito acredita nisso? Alguém acredita que vamos ganhar à Dinamarca e ganhamos duas vezes à Hungria, lá e cá? E mesmo que isso acontecesse, alguém pensa que vamos ficar no grupo dos melhores segundos em condições de discutir a ida ao Mundial? 

O nosso destino ficou traçado quando empatámos com a Albânia a jogar em casa e eles com dez durante metade do encontro; quando perdemos com a Dinamarca, depois de aos 90 minutos estarmos a ganhar 2-1; e quando não conseguimos derrotar a Suécia, nem cá, nem lá.

Por isso, o Mundial é uma miragem. Estamos fora do Mundial, ponto final. É bom que comecemos a interiorizar isso. E que exijamos à Federação que mude de treinador. O Manuel José é uma excelente aposta.