Bola Verde

A FIFA não tem fair-play

O presidente da Federação Irlandesa de Futebol disse que se houvesse fair-play, o jogo França-Irlanda deveria ser repetido.

Tem toda a razão. A França evitou ir à discussão dos penalties com um golo falso como Judas. Foi precedido de um fora-de-jogo e depois Thierry Henry ajeita por duas vezes a bola com a mão, antes de a centrar para o colega que empata o jogo.

Claro que a França pesa mais no mundo do futebol e seria uma pena que não fosse à Àfrica do Sul. Mas tinha de justificar dentro de campo o bilhete da viagem. E não o fez, a não ser com uma irregularidade vista em todo o mundo, menos pela equipa de arbitragem.

Como é evidente, a FIFA não vai repetir o jogo. Como é evidente, o presidente da UEFA, Michel Platini, por acaso francês e um dos melhores jogadores gauleses de sempre, diz que está completamente fora de causa utilizar meios electrónicos em situações como estas.

Como é evidente, Henry tem fair-play (admitiu que jogou a bola com a mão) mas nem a FIFA nem a UEFA têm. A mensagem que passam a milhões e milhões de adeptos do futebol em todo o mundo é que isto há muito deixou de ser um jogo de cavalheiros e passou a ser um jogo de interesses, em que o que importa é ganhar a todo o custo, mesmo que com batota.

É um legado e tanto. Depois, não se queixem do estado em que se encontra o mundo.

P.S. - Fui dos que escreveu (várias vezes) que Portugal não iria ao Mundial. Foi. Com muita sorte (sobretudo no jogo da Luz contra a Bósnia), mas lá estaremos, Fico, claro, a torcer para que a selecção vá o mais longe possível. Mas Carlos Queirós continua a não me convencer. Nem nas escolhas que faz, nem sobretudo como treinador de campo. Entretanto, vou pagar os almoços que apostei - e que perdi.