Deviam-lhe fazer o mesmo a ele, com força proporcional ao seu tamanho. É o pensamento espontâneo, e se calhar censurável, que ocorre ao ler a história de um pai de 31 anos que esmurrava o seu filho de 3 meses por ele se recusar a comer.
O bebé teve fracturas no crânio, nas costelas e numa perna. Quando o pai inicialmente o levou ao hospital, há seis meses, disse a mãe o tinha deixado cair. Mas o hospital examinou as lesões ao pormenor e concluiu que era quase impossível terem sido causadas daquela forma.
Interrogada, a mãe reconheceu que o marido batia com frequência no bebé, muitas vezes à sua frente. Ela terá finalmente perdido o medo, até por estar em vias de ser julgada por cumplicidade nas agressões - ou, no mínimo, por incumprimento do seu dever de cuidado. Será sentenciada depois do marido.
Não gostava de dar de comer
O brutamontes levou uma pena de dois anos e meio de cadeia. Não parece muito, mas é prisão efectiva. O tribunal de Auckland, Nova Zelândia, lembrou que se têm multiplicado os casos deste tipo, e não aceitou os argumentos absurdos da defesa. Nomeadamente, o lamento do pai de que aquele "trabalho de mulher" (dar comida ao filho?) o fazia "sentir-se menos homem".
Esmurrar um bebé fazia-o sentir-se mais homem, portanto. Pode ser que alguém o use da mesma forma na cadeia e também se sinta mais homem. Resta saber o que sentirá então o nosso herói. Se calhar até chora.