100 reféns

Seguro vai contratar Luís de Matos?

Tiago Mesquita (www.expresso.pt)

Já se percebeu que Seguro não tem ideia alguma sobre coisa absolutamente nenhuma. É um Saara político. Aliás, minto. Seguro tem uma ideia. Fixa. Seguro que ser líder do governo. É a única ideia segura de Seguro. Quer ser primeiro-ministro de Portugal. Só. O resto vê-se depois.

Ora, isto só vem demonstrar que Seguro pode ser a prova dos nove das equações Sócrates e Passos, para confirmarmos algo simples: qualquer um pode ser chefe de governo neste país. Não é preciso ter currículo profissional e/ou universitário, capacidades e qualidades acima da média, experiência política, carisma ou ideias para o futuro. Não é sequer preciso ter um rumo. Só é preciso dizer que ele existe. Qual? Não interessa qual. Tem-se e pronto.

Seguro, se quer ser primeiro-ministro deste país, tem duas hipóteses: ou começa a mentir descaradamente, como fez Passos Coelho antes de ser eleito ("não vou aumentar impostos", entre outras ignomínias), ou surpreende com algo de concreto, apresentando soluções e apontando caminhos para além das vacuidades que vai proferindo, de cada vez que lhe apontam um microfone. Chega a ser confrangedor ouvi-lo. É nauseante.

A intervenção de Seguro, após o chumbo do OE pelo Tribunal Constitucional, é reveladora. Diz "quem criou o problema que o resolva", e depois aponta a solução "eu estou disponível para substituir o Governo". Que génio.

Muito bem, então é este o próximo primeiro-ministro de Portugal? Pensará ele, porventura, que Passos Coelho, ao abandonar o Palácio de São Bento, vai deixar um porquinho mealheiro industrial na despensa com os milhões necessários para solucionar os problemas financeiros do país? Ou estará Seguro a pensar que os problemas do governo de Passos sairão a passos largos, com Passos, e não transitam para quem o substitui? Ou, melhor ainda, estará a pensar contratar Luís de Matos para ministro das finanças, fazendo este desaparecer tudo o que for inconveniente?

Seguro vai herdar o que Passos herdou, só que com mais dois anos de incompetência em cima. E aquele que vier a seguir a Seguro só tem de somar mais alguns anos. É assim. São pequenos os líderes que temos, os dos chamados grandes partidos.

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