Alguém me disse que alguém lhe dissera que íamos ter uma nova Universidade. Mais uma? Sim, mas é uma Universidade diferente, e não no sentido tradicional do termo. Assim como Nuno Crato (ou Carlos Fiolhais, já não me lembro), disse um dia que Guilherme Valente era o Reitor da Universidade da editora Gradiva. Tem como nome FEMINA - MATRIZ PORTUGUESA. Coisa de mulheres? Fui perguntar a João Micael, seu Director-Geral e fundador. Esta nova Universidade é apresentada hoje, às 18h, no Salão Nobre do Museu de Arqueologia, no Mosteiro dos Jerónimos. Quer "dar novos mundos ao mundo". Que mundos vêm a ser estes? É do que trata o post de hoje.
O que é que temos aqui com esta "Universidade" ? "Queremos desenvolver Conhecimento e Cultura. Não se trata de uma Universidade, no conceito tradicional, mas sim da influência da 'Matriz Portuguesa' no Conhecimento ao longo da Vida."
Sem fins lucrativos, é mais um caso da Sociedade Civil a mexer-se para a perpetuação do que nos caracteriza como portugueses. Esclarece-nos: "Existe o 'embrião' da gesta lusa, do seu saber criar vínculos culturais, científicos e artísticos, particularmente com a contribuição indelével de notáveis mulheres, pela sua obra e pensamento."
E como é que o pretendem fazer render essa semente? "Vamos dinamizar e fomentar o debate; temos em carteira ideias e projetos, sempre visando a excelência e a distinção adquiridas com o conhecimento, e promovendo a valorização profissional e cultural dos seus participantes, que poderão integrar as iniciativas e projetos da Universidade ao tornarem-se membros do Concílio Femina, mediante pagamento de uma anuidade."
"Portugal é um país de surpreendentes contrastes e diversidade cultural, possui uma fonte inesgotável de riqueza, fruto da aventura ultramarina e da comunhão com outras terras, outras gentes e outros saberes; sãopor isso genuínos Recursos Culturais para a construção de um Novo Futuro", disse. A Universidade "com a valorização daquele ímpar acervo patrimonial, acelera um novo capítulo na sua História milenar -, um movimento cultural. A consciencialização do seu valor no Mundo, e a dignificação da sua Memória Histórica e Cultural, projeta uma Imagem de sofisticação de um Povo e de um País, que se elevam e cumprem o seu desígnio - partilhar o Testemunho de Portugal com a Humanidade."
A quem se destina a Universidade? "Estamos abertos aos meios cultural, académico, e empresarial. O meio cultural é muito amplo e nesse sentido teremos inúmeros programas e iniciativas, de temáticas variadas, que abrangerão as artes, a literatura, a música, entre outras expressões artísticas. "
Têm vertente académica? "Sim. Inicialmente vamos ter dois cursos livres. Um é o 'Matriz Portuguesa', que pretende fomentar e congregar o Escol Lusófono, consciencializando e formando sobre a relevância cultural, cientifica, estratégica, bem como do prestígio histórico do legado da Matriz Portuguesa à Humanidade."
"O outro é o curso 'Relações Internacionais e Multiculturais'.Com o processo de globalização, cada vez mais os executivos se vêem obrigados a estar atentos quer aos padrões culturais da sociedade onde estão integrados, quer aos padrões que regem o comportamento dos seus parceiros internacionais."
"Daremos início à 'Academia de Protocolo de Matriz Portuguesa', um projeto inovador, que visa o ensino da disciplina do Protocolo, e a continuidade do papel dos portugueses enquanto fomentadores das ideias, do conhecimento e das tecnologias que se transmitiram à Europa e ao Mundo, através do papel decisivo e distinto dos lusófonos no novo Milénio - a Era do Conhecimento e das Relações Multiculturais -, sempre baseado no Português como Língua Internacional. Será atribuída uma bolsa de estudo a candidatos de reconhecido mérito e com potencial académico que se enquadrem nos nossos propósitos descritos nos seus estatutos."
E falou da participação de empresas. Como será? "Pois, quanto ao segmento empresarial, vamos proporcionar vários encontros em Portugal e na Esfera Lusófona... vamos pelo Mundo como os novos navegantes."
Isto quer dizer que o mundo é o vosso limite... "Como escreveu Fernando Pessoa '...e a orla branca foi de ilha em continente, clareou, correndo, até ao fim do Mundo, e viu-se a terra inteira, de repente, surgir, redonda, do azul profundo.' Como se diz entre os membros da direção, a Universidade quer 'pensar em Português", promover o mérito, reunir e conciliar portugueses, luso-descendentes, membros da CPLP, para recriar um novo ciclo de excelência de Portugal. Mas não queremos receber só os falantes de Português. As nossas portas também estão abertas aos lusófilos."
E resume assim o que esteve na base da criação desta nova instituição: "foi o reconhecimento que Portugal não pode ignorar a sua indelével influência na História da Humanidade, e, tal como outrora, pretendemos ser uma resposta inovadora para a saída de uma grave crise, mediante um plano estratégico baseado no conhecimento e no estudo; para novos mundos dar ao Mundo."