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“Fiquei encantado com o João Monge quando ele escreveu para o meu irmão Camané. Ele é para mim o que o Ary foi para o Carlos do Carmo”

O fadista Hélder Moutinho traz-nos “Os Dias da Liberdade”, disco em que homenageia o poeta e escritor de canções João Monge. Entre originais, temas regravados e versões de canções imortalizadas em projetos integrados por Monge ou Moutinho, começou a ser pensado em 2018, foi interrompido pela pandemia e ganhou forma em palcos mais ou menos inesperados: do clube Lux Frágil ao histórico Estúdio Namouche, passando pelas casas de fado lisboetas Tasca da Bela e Maria da Mouraria. A apresentação ao vivo é no CCB, em Lisboa, dia 23

Hélder Moutinho apresenta o novo álbum no CCB, em Lisboa, quarta-feira, às 20h
Estelle Valente

Longo, mas recompensador. Foi assim o caminho que o fadista Hélder Moutinho percorreu até ter em mãos “Os Dias da Liberdade”, álbum com palavras do poeta e escritor de canções João Monge que lhe serve também de homenagem. Entre originais, temas regravados e versões de canções imortalizadas pela Ala dos Namorados, como uma dramática ‘Lua de Todos’, ou cantadas por Manuela Azevedo no espetáculo “A Lua de Maria Sem” (a sensível despedida ‘Fado da Herança’, escrita para uma melodia de Alfredo Marceneiro) e Paulo de Carvalho no coletivo Quinteto Lisboa, que Moutinho também integrou, o disco começou a ser pensado em 2018, foi interrompido pela pandemia e ganhou forma em palcos mais ou menos inesperados: do clube Lux Frágil ao histórico Estúdio Namouche, passando pelas casas de fado Tasca da Bela e Maria da Mouraria. A opção parece clara: provar que a liberdade e sentimento das palavras de Monge cabem em qualquer lugar. “Para mim, a liberdade é um rio com vários afluentes: a solidariedade, a luta pelos direitos das mulheres, contra o racismo, a xenofobia, a homofobia”, defende Moutinho em conversa com o Expresso, “se não tivermos cuidado, vamos perdê-la muito em breve”.