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Pugilista de roupão, príncipe cigano, ícone pop: Nininho Vaz Maia na Meo Arena, um concerto e um estrondo

Na vastidão da Meo Arena, as luzes dançaram ao ritmo da música e milhares de pessoas uniram-se sob o mesmo feitiço. Nininho Vaz Maia ergueu a voz e fez da maior sala do país um lar na segunda data esgotada. Se dúvidas restassem sobre o poder agregador da música, bastaria este concerto para as colmatar: assistiu-se a um espetáculo soberbo que não dispensa pirotecnias, bolas de espelho ou confetti, ao mesmo tempo que busca no cerne da música flamenca, cigana e portuguesa o ímpeto primordial. Nininho não se esqueceu de onde vem, mas sabia onde queria chegar

Nininho Vaz Maia na Meo Arena, Lisboa
Rita Carmo

Nininho Vaz Maia está em todo o lado: nas t-shirts do clube de fãs, no fundo dos telemóveis, nos cartazes. O público aguarda impaciente na maior sala de espera de sempre até ao momento derradeiro. As luzes baixam, a audiência vai aos céus, brada “olé!” e, de seguida, o silêncio cerimonioso cai quando um vídeo começa no grande ecrã da Meo Arena. São as ruas labirínticas do seu bairro, a Picheleira, um grupo de crianças que corre e brinca, os mais velhos à mesa, e Nininho. A sua voz é carregada de retidão enquanto enumera as palavras que o trouxeram até aqui: raízes, saudade, confiança, esperança, família, amor, crescimento. A banda toma os seus lugares, enquanto uma bailarina flamenca começa o espetáculo