Para Alfredo Cunha, há várias décadas habituado a guardar momentos para a História (são suas algumas das mais icónicas imagens do 25 de Abril), o festival de Paredes de Coura foi, inicialmente, uma espécie de “imposição”. Na inauguração da exposição “Paraíso de Coura”, que pode ser vista no Espaço Atmosfera M (Rua Castilho, 5, Lisboa), até 17 de abril, o fotógrafo português confessou que foi pela primeira vez ao festival minhoto com o fito de acompanhar as filhas. “Agora elas já não vão, dizem que é um festival para miúdos, mas vou eu!”, contou, entre risos. Desta relação de encantamento entre a câmara de Alfredo Cunha e o festival dirigido por João Carvalho nasceu, no ano passado, um livro, editado pela Tinta da China, com fotos tiradas ao longo dos últimos 20 anos de concertos - e não só. Afinal, como todos os presentes se afadigaram a sublinhar, Paredes de Coura vale tanto pela música como pelo ambiente e pela comunidade que congrega. É essa magia que Alfredo Cunha tentou registar - primeiro, nas fotos das últimas duas décadas; depois, nas mais de 200 páginas de “Paraíso de Coura”, e agora na exposição com o mesmo nome do livro. Mas, afinal, o que torna tão especial um festival que começou a gatinhar em 1993, com o modesto objetivo de escapar ao tédio que acometia os criadores da empreitada?
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“Fotografo quando sou surpreendido, e em Paredes de Coura surpreendo-me muito”: o amor de Alfredo Cunha pelo festival minhoto em exposição
Primeiro foi o livro, “Paraíso de Coura”, com mais de 200 páginas de fotos do festival. Agora, algumas das imagens registadas ao longo de 20 anos por Alfredo Cunha, histórico fotógrafo português, podem ser vistas numa exposição no Espaço Atmosfera M, em Lisboa. “Sou adepto da teoria do caos, e diria que, em Paredes de Coura, há um caos benigno, como se prova pelo facto de o festival ter renascido no dia em que devia morrer”, disse, escolhendo também, para a BLITZ, a sua imagem favorita do festival