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“Houve pessoas zangadas por termos sucesso, mas ninguém pode dizer que só fazemos versões de canções famosas”: entrevista aos Nouvelle Vague

Andam há vinte anos a provar que a bossa nova também pode ser punk (e o contrário também se aplica). Os Nouvelle Vague regressam esta semana a Portugal para uma digressão que os levará a percorrer o país, e trazem um álbum novo, “Should I Stay Or Should I Go?”, o primeiro desde a morte do cofundador Olivier Libaux, em 2021. À BLITZ, Marc Collin explica o que ainda o faz mexer e revela: vem aí disco de versões de Depeche Mode com Bebel Gilberto

Nouvelle Vague

Desde o início que os Nouvelle Vague e Portugal partilham uma bonita história de amor. Em 2005, aquando do seu primeiro concerto no nosso país, no Lux (Lisboa), os bilhetes esgotaram no mesmo dia em que foram colocados à venda - algo incomum para uma banda desta dimensão. De lá para cá, os franceses têm feito os vanguardas de outrora ouvir a sua música com outros ouvidos, e têm igualmente apresentado bandas que se julgavam esquecidas às novas gerações. Tudo com um ritmo bossa nova, cocktail na mão, o sol de Ipanema a abençoar Manchester.

Em “Should I Stay Or Should I Go?”, o novo álbum dos Nouvelle Vague, que é também o primeiro desde a morte do cofundador Olivier Libaux, ocorrida em 2021, a fórmula repete-se - e expande-se, com o grupo a vaguear também pelo jazz ou até pelo reggae. Sem descurar a importância da voz feminina, quiçá o maior ponto de interesse numa banda que se quer de versões: não teria a mesma graça de outra forma.

Antes de um regresso a Portugal, para uma digressão que os levará a percorrer o país (arranca a 10 de dezembro no CAE, na Figueira da Foz, e passará por Albufeira, Lisboa, Fundão, Guimarães, Porto e Ponta Delgada), Marc Collin falou à BLITZ sobre aqueles magníficos anos 80, sobre o seu novo álbum com os Nouvelle Vague, sobre o futuro - disco com Bebel Gilberto! -, sobre as negas que recebeu e sobre o que significam estes 20 anos de carreira que vem agora celebrar depois de uma passagem pelo Vodafone Paredes de Coura, em agosto. O punk não está morto: ganhou glamour.