Ainda não tínhamos entrado no recinto e já os víamos: apressadíssimos para entrar, correr, tomar o seu lugar junto das grades. Uma já levava pela mão um cartaz onde se lia: “Mitski, I love you”, em inglês, para que a norte-americana nascida no Japão entendesse melhor a frase. Mitski é o género de artista pop que desperta uma paixão arrebatadora junto dos fãs, sobretudo mais jovens, e que nas redes sociais a apelidam, carinhosamente, de “mamã”, como hoje fazem os jovens - um epíteto que se refere menos à sua idade do que à ideia de quererem ser apaparicados, criados, pela própria. Assim que ela entrou em palco, cortado o bebop que se ouvia no PA, os gritos foram ensurdecedores, e púberes.
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O culto de Mitski no Primavera Sound Porto: “Quero que saibam que vos amo. É possível amar-vos sem vos conhecer”
As mulheres mandaram no primeiro dia do Primavera Sound Porto e Mitski mandou mais que todas essas mulheres. Num concerto para fãs a sério, que a encaram quase como um culto, a norte-americana trouxe quatro mãos cheias de canções entre a country e a pop, repletas de versos prontos a serem tatuados na pele. Não nasceu uma estrela: visitou-nos uma estrela