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Steve Albini (1962-2024): A importância de se ser honesto

Descobriu o punk na adolescência. Um acidente de viação, aos 17 anos, lançou-o para uma vida na música. Formou os Big Black, nome incontornável do pós-punk norte-americano dos anos 80, e reafirmou-se com os Shellac. Pelo meio, gravou “In Utero”, dos Nirvana, trabalhou com PJ Harvey, Pixies ou Mogwai, e manteve sempre uma crença militante no ‘underground’, distanciando-se, com repulsa, das grandes editoras. Steve Albini, um dos grandes, morreu esta quarta-feira, aos 61 anos

Steve Albini, 61 anos
Getty Images

“Foi o melhor despertador de sempre.”

Em 2004, o festival All Tomorrow's Parties levou até à cidade de Rye, em Inglaterra, nomes como os Isis, Mogwai, Boredoms, Sun City Girls ou Tortoise. E levou, também, os Lightning Bolt, nome cimeiro do noise rock norte-americano, dupla conhecida não só pelo barulho bom que faz ou pelas máscaras que enverga como, também, pelo facto de ser adepta de guerilla gigs - isto é, concertos dados sem aviso prévio, no meio da rua, de um centro comercial, em cima de uma carrinha, onde seja. Numa bela manhã de domingo, os Lightning Bolt, que haviam tocado no All Tomorrow's Parties de véspera, decidiram dar um desses concertos à porta do chalé de John Peel, para desespero dos campistas e para gáudio de Albini, falecido esta semana aos 61 anos - que, durante o concerto dos seus Shellac no mesmo festival, decidiu comentar a performance com a frase supracitada.