Cascais, 6 de fevereiro de 1994. Perante um Dramático lotadíssimo, os Nirvana dão início à sua nova digressão europeia, que servirá para apresentar “In Utero”, álbum que teve a tarefa inglória de suceder ao clássico instantâneo “Nevermind". Em entrevista à BLITZ, publicada uma semana antes do concerto, o baterista Dave Grohl dá o mote: “Vocês estão cheios de sorte. Podes escrever isto: vai ser o melhor concerto das nossas vidas”.
Talvez não tenha sido o melhor concerto das vidas dos Nirvana - algo que as reportagens posteriores pareceram indicar - mas, para muitos entre os 4500 fãs que encheram o Pavilhão do Dramático de Cascais, foi efetivamente o concerto das suas vidas, a única oportunidade que tiveram para assistir de perto a uma banda que não se limitou a marcar a história dos anos 90, se não de toda a música, sobretudo da dita ‘alternativa’. Rui Miguel Abreu, no "Sete" de 3 de fevereiro de 1994, escrevia-o assim: “Todos os miúdos que perderam os Clash em Portugal têm agora uma oportunidade para se emendarem. Não a percam”.
Agora rebobinemos a cassete.