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Beyoncé é a rainha dos impossíveis: como a bola de espelhos deu lugar às botas de vaqueira em “Cowboy Carter”

Ela avisou: este não é um álbum country, é um álbum da Beyoncé. “Cowboy Carter” pode não ser um renascimento musical, mas nele a artista norte-americana expande-se para território inexplorado com a ajuda de nomes como Dolly Parton, Post Malone ou Miley Cyrus, estilhaçando telhados de vidro pelo caminho

Ao oitavo álbum, segundo de uma trilogia iniciada em 2022, Beyoncé troca a bola de espelhos pelo chapéu e botas de vaqueira
Blair Caldwell/Parkwood

O desabafo ouve-se logo na canção de abertura, ‘Ameriican Requiem’: “diziam que eu falava demasiado à country/ depois a rejeição chegou, diziam que eu não era suficientemente country”. Poucos duvidarão que Beyoncé está numa posição privilegiada para fazer tudo o que bem lhe apetecer, mas “Cowboy Carter”, o prosseguimento de um projeto em três atos concebido durante a pandemia e iniciado em 2022 com a carta de amor às pistas de dança “Renaissance”, chega como resposta direta a quem lhe disse que não podia colocar as mãos e os pés no território da música country. Não só pôde, avisando, contudo, que este não é um disco country mas um disco de Beyoncé, como fê-lo com estrondo logo à partida: ‘Texas Hold’Em’, uma das duas primeiras canções que revelou escalou ao primeiro lugar do top de singles norte-americano e conseguiu, também, a proeza de fazer dela a primeira artista negra a liderar a tabela dedicada à música country.