Uma banda como os 1975 significa algo. Esse "algo" não é sempre perceptível caso se tenha tido apenas passagens fugazes pela sua discografia, se tenha passado de raspão por uma qualquer atuação num qualquer festival, ou se tenha apanhado ou acompanhado os filhos ou os irmãos mais novos em escutas comunitárias em viagens de família. Compreendê-los é apenas possível se se fizer parte desta clique; de outra forma, tudo poderá soar bizarro, como o facto de pelas 17h já existir fila para entrar no Campo Pequeno, como o facto de por ali ter passado pelo menos uma dúzia de jovens de camisa branca e gravata em homenagem ao vocalista Matty Healy, como o facto de os primeiros acordes de cada uma das canções aqui apresentadas terem sido recebidos, todos eles e todas elas, com uma saraivada de gritos. Não se "gosta" dos 1975; segue-se os 1975, e o verbo faz toda a diferença.
Exclusivo
O rock and roll está morto, Deus abençoe os 1975: o funk moda punk assolou o Campo Pequeno
Duas horas do melhor dos ingleses The 1975, num Campo Pequeno que, mesmo não esgotado, soube acolher os britânicos com pomba e circunstância. No centro, uma estrela rock à antiga, Matty Healy, que se apresentou sóbrio em palavras e muito pouco nos gestos. O grupo, que à última hora impediu os fotojornalistas presentes de trabalhar, deu o tipo de espetáculo para fãs devotos: não se ‘gosta’ dos 1975; ‘segue-se’ os 1975