“Sara Tavares, 15 anos, Almada. Whitney Houston”. Quando, em 1994, Sara Tavares foi convidada por Catarina Furtado a subir ao palco do concurso de talentos “Chuva de Estrelas”, que viria a vencer, para cantar ‘One Moment in Time’ de Whitney Houston, levava consigo um sonho: ser cantora. Décadas mais tarde, a artista confessaria que se as pessoas à sua volta não a tivessem feito sentir que a música não era uma profissão a sério teria provavelmente ingressado numa escola de música em vez de participar no programa televisivo. Isso teria certamente potenciado ainda mais o seu talento, mas o dom vocal já lá estava, era inato, e a maior prova disso é o percurso musical de três décadas que a levou a cantar um pouco por todo o mundo. “Saí do ‘Chuva de Estrelas’, mas podia ter saído de uma escola, de um coro, de um sítio qualquer”, defendia em declarações à BLITZ em novembro do ano passado, “só gostava de ter estudado mais música, de ter tido essa base. Mas tenho muita musicalidade, trato os músicos por tu e eles tratam-me por tu”.
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Sara Tavares (1978-2023): a menina que tratava a música por tu
O público ficou a conhecê-la quando tinha apenas 15 anos. Ao longo das três décadas que se seguiram, Sara Tavares, de quem o mundo se despediu no domingo, trocou as voltas ao destino, passando de vencedora do concurso de talentos “Chuva de Estrelas” a voz segura da lusofonia, deixando a sua marca em Portugal e fora de fronteiras