Madonna lembrou, no palco da Altice Arena, os anos que passou em Lisboa. Num discurso que antecedeu uma breve versão de ‘Sodade’, de Cesária Évora, a artista norte-americana comparou a chegada à capital portuguesa, entre 2016 e 2017, ao momento em que, no final dos anos 70, ‘aterrou’ em Nova Iorque, “sem dinheiro, sem amigos, sem falar a ‘língua’ de Nova Iorque, que é ‘dá cá o teu dinheiro’”.
“Lisboa, estão comigo? Quer dizer, estão comigo na aventura da minha vida? Quero começar por dizer o quão importante é para mim este lugar (…) Há sete anos mudei-me para Lisboa, é possível que já tenham ouvido falar disso”, gracejou. “Mudei-me para cá porque o meu filho David, o meu querido filho que em tempos já foi um bebé tão pequenino, queria muito jogar futebol… Para onde é que eu devo ir? De olhos vendados, pus um dedo ao calhas num mapa e caiu em cima de Lisboa”, explicou.
“Que diabo, vamos lá começar tudo outra vez. Mas não tinha amigos… Ok, tinha um pouco mais de dinheiro, não falava português, tinha adotado a Estere e a Stella, que estavam com quase cinco anos, matriculei-as numa escola francesa [o Liceu Francês]. Toda a gente falava português… What the fuck! Senti-me extraterrestre? Sim”, elaborou, por entre aplausos do público.
“Pouco a pouco, encontrei a minha tribo. Foi o que aconteceu em Nova Iorque, foi o que aconteceu em Lisboa. Descobriu outros artistas: músicos, cantores, pintores, dançarinos. Quando tal aconteceu, senti-me em casa, [senti que] não estava sozinha. Por isso, obrigado”, concluiu a Rainha da Pop.