Perante a adversidade, uns soçobram, desalentados pelo que se apresenta, aparentemente, irremediável; outros tentam vencê-la com abnegação. Esta sexta-feira, dez minutos volvidos sobre a hora de início prevista para aquele que é apenas o sexto concerto da banda escocesa em Portugal em 27 anos de carreira, o panorama é preocupante. Não há banda à vista, técnicos tentam por tudo reanimar o teclado a que Stuart Murdoch, vocalista e mentor da banda, costuma recorrer várias vezes ao longo do concerto, o fundo de palco apresenta uma imagem imóvel, com as capas de todos os discos do grupo, silêncio. Num instante, tudo muda. Uma hora depois, uma multidão em palco, com fãs e banda em animada confraternização, a dançar como se ninguém estivesse a ver: estamos no mesmo concerto? Sim.
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Os escoceses Belle and Sebastian, presença bissexta em palcos portugueses, deram no Parque da Bela Vista uma valente bofetada na face da adversidade. Enfrentando problemas que atrasaram o início do concerto, e com o teclado do mentor Stuart Murdoch em modo ‘morto’, a ‘família numerosa’ do melhor indie rock nascido nos anos 90 deu a volta por cima, levou toda a gente para cima do palco e saiu de Lisboa deixando sorrisos nos lábios. Nunca haverá demasiado amor