As palmas soam diferentes, em Paredes de Coura, quando ao simples apreço pela música se junta um certo carinho (e um ou outro brinde, de copo de cerveja erguido no ar). Assim foi acontecendo, gradualmente, no concerto de Cátia Oliveira, aka A Garota Não, no segundo palco do festival que, neste segundo dia, entardeceu nublado. Terá sido após a cantora-compositora de Setúbal cantar ‘A Grande Máquina’, tema sobre aquilo que nos consome quando podíamos estar a dedicar o nosso tempo ao que realmente importa, que essa ternura se materializou de forma mais intensa. Como um abraço que lentamente se transforma num beijo, as palmas continuaram, e continuaram, e cresceram até que a Garota, agradecida e quase embaraçada, lembrou os festivaleiros que, com tamanha ovação, lhe estavam a ‘roubar’ tempo de atuação. Pedindo desculpa por trazer um set mais escorreito, sem grandes histórias ou conversa entre canções, a artista explicou que veio a Paredes de Coura munida da sua melhor energia, tentando aproveitar os curtos 40 minutos que lhe foram atribuídos para oferecer um espetáculo que fosse “bom e importante”. E, minutos antes de Tim Bernardes lançar, no palco principal, o seu canto de sereia, a nossa Garota mais do que cumprira a sua missão.
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A Garota Não no Vodafone Paredes de Coura: canção de intervenção é isto
No seu primeiro concerto no Vodafone Paredes de Coura, Cátia Oliveira, a mulher por detrás d'A Garota Não, comoveu com um concerto de palavras honestas e cruas. A sua coragem é uma bênção, e a plateia do palco secundário soube reconhecê-la com ovações merecidas e emocionantes